Brasília. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou ontem que é possível que decida até a próxima segunda-feira (30) autorizar ou arquivar os pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).
No início do mês, o peemedebista havia garantido que teria uma resposta formal em relação aos requerimentos protocolados até o final de novembro. Em conversas com aliados e correligionários, no entanto, ele já admitiu que deve tomar uma decisão apenas em 2016.
Segundo Cunha, estão prontos todos os pareceres sobre pedidos de impeachment, incluindo o assinado pelo ex-petista Hélio Bicudo e pelo ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, considerado o principal deles.
"Quem sabe segunda-feira (30)? Novembro acaba na segunda-feira e eu ainda não estou inadimplente. É possível (que eu decida sobre os pedidos)", disse.
Os aliados do peemedebista procuraram no início da semana os partidos de oposição propondo a deflagração do processo de impeachment em troca da preservação do mandato de Cunha na Conselho de Ética da Câmara.
A ideia é de que a oposição daria os votos suficientes para que o Conselho de Ética arquive sumariamente o pedido de cassação, decisão que será tomada na próxima terça-feira (1º). Atualmente, a tendência é de que a maioria dos integrantes do Conselho de Ética vote pela admissibilidade do pedido.
No início de outubro, o Planalto havia firmado acordo de trégua com o peemedebista. Em troca de ele segurar o impeachment da presidente, o governo federal faria a bancada petista não causar problemas a Cunha no Conselho de Ética. Os três deputados federais do PT que compõem o colegiado parlamentar, no entanto, pretendem votar pela admissibilidade do pedido.
O peemedebista afirmou ainda que, apesar de haver só três semanas até o início do recesso parlamentar, há possibilidade do governo federal votar o projeto orçamentário para 2016. Ele avaliou, contudo, que não sabe se ele será aprovado.
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