Um empresário, sócio de frigoríficos e dono de um parque haras instalado em Tabuleiro do Norte, foi preso na manhã de ontem, na cidade de Limoeiro do Norte, em decorrência da 'Operação Gremlins', da Polícia Federal. Na última terça-feira (24), quatro mandados de prisão temporária tinham sido cumpridos. A quinta e última ordem judicial foi executada, ontem, quando o suspeito de participar de uma fraude contra o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), se apresentou à PF. O golpe teria gerado prejuízo da ordem de R$ 20 milhões.
De acordo com o delegado que está à frente das investigações, Mário Sérgio Santos Nery, da Delegacia de Repressão a Crimes do Sistema Financeiro, o empresário fornecia notas fiscais falsas a agenciadores, que aliciavam pessoas que tinham o perfil exigido pelo Pronaf.
"Ele não vendia o gado, mas fornecia as notas que comprovavam, junto ao banco, a compra dos animais por pessoas que poderiam ser beneficiadas pelo Pronaf. Estas pessoas muitas vezes não ficavam nem sabendo da fraude que era cometida. O dinheiro que o banco liberava ficava com o agenciador que fornecia a nota.
Somente em alguns casos, quem ia requerer o auxílio recebia alguma coisa", explicou o delegado. Segundo Nery, a escolha das pessoas era aleatória, mas os agenciadores buscavam os que tivessem menor grau de instrução. Todos os processos fraudulentos detectados pela 'Operação Gremlins' foram efetivados na agência do BNB de Limoeiro do Norte. "Ainda estamos apurando a possibilidade de algum funcionário da agência estar envolvido", afirmou.
Ainda conforme o delegado federal, três pessoas que aparecem no inquérito como agenciadoras de agricultores e estavam sendo investigadas pela PF, foram assassinadas de julho de 2014 a setembro de 2015.
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