segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Espaços públicos seguem deteriorados em Itapipoca

Quem vive do comércio na região relata perdas de até 70% por causa das péssimas condições de higiene do local ( Foto: Marcelino Júnior )
Itapipoca No dia 3 de julho deste ano, os moradores desde Município da Região Norte, se espremiam numa multidão que tomava conta do Centro, para ter acesso à Praça Getúlio Vargas, mais conhecida como Praça do Cafita. O lugar histórico, de árvores centenárias, seria reformado, juntamente com o Mercado Municipal, que há muito sofria com o desgaste do tempo e a falta de manutenção. Juntas, as obras somavam R$ 2,6 milhões.
Logo na primeira fase do Projeto de Requalificação Urbana e Arquitetônica do Centro Comercial de Itapipoca, foram derrubadas todas as árvores centenárias que faziam parte da paisagem da antiga Praça e retirados os cerca de 30 antigos quiosques, que foram recolocados em frente ao Mercado Municipal, onde já existiam outros pequenos pontos comerciais, que, somados chegam a quase 80 barracas, que comercializam de tudo um pouco: do lanche, ao vestuário. Além do aperto, os comerciantes reclamam da falta de estrutura que o espaço provisório oferece, sem mencionar o lixo acumulado ao redor do mercado e o fedor que tem afastado a clientela. Valmir Soares Ferreira diz estar nessa situação há cinco meses: "ficamos só na promessa. A nova Praça, era para ser entregue em três meses e até agora estamos jogados aqui esquecidos, no meio dessa sujeira", disse.
Prejuízos
Tinale Silva mantinha um ponto de venda de lanche na Praça do Cafita há mais de 20 anos. O lugar era um dos mais procurados, segundo ela. Convencida de que seria indenizada pela mudança de local, e com a promessa de que o espaço, em frente ao mercado, seria temporário, investiu cerca de R$ 3 mil para instalar a barraca de lanches e ainda não viu retorno: "O mau cheiro afastou as pessoas. Eu perdi cerca de 70% do movimento". Valdelice Pereira também tinha uma história antiga com a Praça na qual sua barraca fazia sucesso com a venda de almoço, salgados e outros lanches. Agora, escondida no meio de tantas outras barracas, apertadas na calçada do Mercado Municipal, o investimento de cerca de R$ 20 mil com a compra do ponto, reforma e nova instalação não tem trazido o retorno prometido.
Um comerciante, que preferiu não se identificar, possui dois boxes de peixe há mais de 30 anos no Mercado Municipal, que segundo ele, só passou por duas reformas ao longo dos quase 50 anos de criação. Hoje, 44 boxes de carne e peixe dividem espaço com a sujeira acumulada, a falta de ventilação e uma água podre que escorre constantemente por entre os espaços.
Só no papel
Além da Praça, que seria reurbanizada e requalificada para o comércio, com 112 novos quiosques, a maior intervenção seria no Mercado, que teria sua fachada histórica preservada, e receberia novos banheiros, inclusive para portadores de deficiências; nova cobertura, calçadão de pedestres, 70 pontos para feira livre, 54 postos internos para venda de carne e peixe, além de espaço hortifruti, com 72 postos de vegetais, e espaço para comercialização de produtos regionais.
Procurada, até o fechamento desta reportagem, a Prefeitura de Itapipoca não se manifestou sobre as reclamações.

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