Edificação importante na história da Praia de Iracema, o Estoril vem tentando se manter de pé e resgatar uma grande assiduidade de público, a exemplo do que acontecia nas décadas de 70 e 80. Mas, apesar de ter passado por uma reforma na gestão passada e estar localizado em um dos cartões postais da Capital cearense, o equipamento, volta e meia, sofre baixas quanto ao seu funcionamento. A mais recente: a rescisão contratual entre a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor) e o Bar do Papai, que operava no local, traz novamente a preocupação sobre o futuro do espaço.
Ainda sem definição do que funcionará no local, a Secultfor informa ter pressa em ocupar o espaço novamente e, por isso, já estuda um novo tipo de contratação, também por intermédio de licitação. De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria, a assessoria jurídica da Prefeitura segue avaliando a situação, mas não há data específica para conclusão de todo o processo. Ainda conforme a assessoria, a programação cultural continua normalmente, com uma série de atividades gratuitas.
O artista plástico, arquiteto e urbanista Totonho Laprovitera, frequentou o Estoril na década de 70, época em que o local era reduto de artistas, intelectuais e pessoas que se interessavam pela cultura de maneira geral. Segundo ressalta, nesse período, os artistas se sentiam em casa no local e se encontravam para mostrar seu talento. Na avaliação do arquiteto, a frequência de público do Estoril foi diminuindo com o avançar da década de 90, motivada muito por uma mudança dos interesses e pelas formas de uso da região.
Democrático
"Ele fez parte da minha história artística e de vida. Nós tivemos os melhores restaurantes da cidade naquele entorno e o Estoril era um lugar super democrático. A gente tinha segurança, mas daí o ambiente foi se degradando e depois da reforma da Praia de Iracema ele vem tentando se reinventar. Hoje, eu acho um equipamento público sem alma, com uma dificuldade grande de existência. Queria que as autoridades conseguissem devolver o nosso velho Estoril", comenta.
Estratégia
Já para o publicitário Fernando Costa, frequentador do equipamento no final dos anos 70 e início de 80, essa possibilidade não existe. "Nessa época era um lugar muito tranquilo, onde se produziam arte, e a cidade não era multifacetada como é atualmente. O problema hoje não é o lugar e sim as pessoas, que têm outros interesses", enfatiza. Segundo avalia, o local poderia ser aproveitado mais como um ponto turístico do que algo voltado aos cearenses.
A Secultfor reforça que o Estoril ainda permanece muito procurado tanto por artistas que desejam apresentar ou expor seus trabalhos, quanto pelo público, em busca da programação cultural que vem sendo mantida desde junho de 2013.
Em relação à segurança, a Secretaria da Cultura informou que a Prefeitura Municipal tem homens contratados que dão plantão em revezamento no equipamento público e que toda e qualquer ação suspeita é notificada, com a devida tomada de providências.
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