O deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS, vai pedir na terça-feira (24) que o STF (Supremo Tribunal Federal) afaste Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados. Antes de decidir ingressar com o mandado de segurança, Bueno chegou a consultar outros líderes de bancadas. Os parlamentares, no entanto, preferiram não apoiar o pedido antes de consultar suas bancadas.
Na quinta-feira (19), Cunha foi alvo de umprotesto coletivo de deputados, que deixaram o plenário da Câmara e inviabilizaram a continuidade da ordem do dia. A manifestação foi uma forma de protestar contra os atos protelatórios do peemedebista para atrasar seu processo de cassação no Conselho de Ética.
Na sessão do Conselho na quinta, quando deveria ter ocorrido a leitura do relatório de Fausto Pinato (PRB-SP) pela admissibilidade do processo de cassação do mandato de Cunha, aliados do peemedebista apareceram no local, mesmo sem integrar o Conselho, e se valeram de normas regimentais para suspender a sessão.
Em seguida, já no plenário, também por meio do Regimento, parlamentares próximos a Cunha conseguiram anular temporariamente a reunião da comissão julgadora. A decisão foi suspensa por Cunha pouco tempo depois, após a pressão de muitos deputados.
No mandado de segurança, Rubens Bueno vai apontar situações que demonstram a interferência de Cunha no andamento do processo no Conselho. Mencionará, por exemplo, o fato de não ter disponibilizado à comissão uma sala para a realização da reunião -na noite de quarta ainda havia indefinição sobre onde ocorreria a sessão.
Também haverá destaque para o fato de, na última quinta (19), Cunha ter se antecipado, contra o que costuma fazer às quintas-feiras, no início da ordem do dia ontem. Ele iniciou os trabalhos às 10h46, com menos de 257 deputados no plenário, quorum necessário para haver votações.
Outro pedido de afastamento já foi feito à Justiça
Essa não é a primeira vez que um deputado recorre à Justiça para tentar afastar Cunha da Presidência da Câmara. Sílvio Costa (PSC-PE) entrou, no dia 22 de outubro, com uma representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) nesse mesmo sentido. Ainda não obteve resposta.
Apesar de ser vice-líder do governo, o deputado fez questão de ressaltar que a ação teve motivação pessoal, sem orientações do Palácio do Planalto.
Semana passada, o PSDB, que vinha pregando de forma tímida o afastamento de Cunha do cargo, assumiu uma postura mais incisiva na questão. Líderes do partido chegaram a falar que não se curvarão às demandas do peemedebista.
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