terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Cunha denuncia suposta 'armação'

Com papéis na mão, peemedebista negou recebimento de R$ 45 milhões do BTG Pacutal ( FOTO: REUTERS )
Brasília. Dizendo-se vítima de "armação" e "armadilha" em uma "situação absurda", o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou, ontem, que pode ter sido "plantada" a menção ao suposto pagamento de propina por parte do BTG Pactual para que fosse alterada uma Medida Provisória que beneficia bancos em liquidação.
Segundo a Procuradoria-Geral da União (PGR), um documento colhido por investigadores da Lava-Jato na residência de Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MS), aponta suposto pagamento de R$ 45 milhões a Cunha para alterar medida que beneficiaria o banco de André Esteves. O banqueiro, o chefe de gabinete e o senador foram presos na semana passada.
Com papéis em mãos, Cunha concedeu entrevista no final da manhã de ontem reafirmando que apresentou duas emendas à Medida Provisória 608/2013, editada pelo governo em março de 2013. O texto trata de créditos tributários. A primeira emenda de Cunha era um "jabuti" (de assunto diverso ao principal) que tratava da obrigatoriedade do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A segunda retirava da MP artigo que tratava de benefícios envolvendo bancos em liquidação
"Se estou provando que os meus atos são contrários ao que está sendo noticiado, obviamente que a anotação ou qualquer coisa, além de ser mentirosa, só pode ser fruto de uma armação. Tem que perguntar se, efetivamente, esse cidadão que foi apreendido, se encontrou com ele mesmo, se isso estava em poder dele porque podem ter plantado depois. Em segundo lugar, se estava em poder dele, ele que tem que justificar porque tem essa anotação e não eu", afirmou Cunha.
Em almoço com o vice-presidente Michel Temer ontem, o presidente da Câmara disse que o governo conspira contra ele e insinuou que pode deflagrar o impeachment da presidente Dilma Rousseff hoje, se o PT votar pela cassação dele no Conselho de Ética da Casa.
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PSD-BA), afirmou, ontem, que o colegiado só investigará as suspeitas de que Cunha favoreceu o BTG Pactual se for acionado por algum partido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário