Brasília. A partir do dia 1º de janeiro, o salário mínimo passa para R$ 871. O reajuste representa um aumento de R$ 83 em relação ao atual valor. Para alguns, o dinheiro a mais vai fazer diferença. Para outros, o reajuste poderia ser maior. De acordo com o Banco Central, cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros recebem salário mínimo e mais da metade ganha de um a três salários.
A proposta do governo que foi enviada ao Congresso Nacional fixava o mínimo para o ano que vem em R$ 865,50. Mas os parlamentares reajustaram o valor por causa da nova previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado para corrigir o valor este ano. O índice deve ser 0,7% maior que o previsto inicialmente.
Correção
O Congresso Nacional já aprovou a norma que corrige o valor, com base no IPCA do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) - soma de todas as riquezas produzidas pelo país - dos dois anos anteriores. Essa regra vale até 2019.
Para garantir o pagamento, o relator-geral do Orçamento no Congresso, deputado Ricardo Barros, teve de alocar quase R$ 2 bilhões. O salário mínimo impacta também em despesas como abono salarial, seguro desemprego e benefícios previdenciários e assistenciais.
Possível mudança
No último dia 21, durante uma conferência com investidores estrangeiros e nacionais, o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, garantiu que o governo não pretende alterar a regra de reajuste do salário.
Como o Brasil está em recessão, os analistas do mercado têm uma preocupação de que a regra mude para favorecer um reajuste maior com impacto negativo para as contas públicas. "As regras do salário mínimo já foram debatidas. As regras foram definidas até 2019", disse Barbosa. De acordo com ele, esse mecanismo mantém o custo real do salário mínimo estável nos próximos anos por conta do baixo crescimento da economia.
Valor ideal
Mensalmente, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estima qual deveria ser o valor do salário mínimo no Brasil, considerando despesas de uma família de quatro pessoas "com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência". Em novembro deste ano, o valor ideal seria de R$ 3.399,22.
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"É vergonhoso esse aumento do salário mínimo. Não dá para nada. Os preços dos produtos estão altos, e a inflação oficial está em 11%, então a inflação real deve ser em torno de 15% ao ano"
Dailton Vasconcelos
Médico veterinário
"O preço das coisas não para de subir, do que adianta aumentar só isso no salário mínimo? É muito pouco esse aumento. Não vai melhorar muita coisa. Devia ter passado para, pelo menos, R$ 1.000"
Ana Carla Barbosa
Agricultora
Agricultora
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