quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Nova Olinda comemora 23º aniversário da Casa Grande


A Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, completa 23 anos de existência. O local, que anos atrás era envolvido em histórias de assombração, deu lugar a uma atuante Organização Não Governamental. Para comemorar a trajetória ao longo das décadas, na última semana, foi realizada programação especial com exposição, sessão de cinema,shows, oficinas e espetáculos. Uma Renovação do Coração de Jesus encerrou os festejos. A celebração religiosa reúne familiares e amigos e tem como intuito o reforço da consagração ao Evangelho entre os presentes e a gratidão pelas graças alcançadas.

 

Com orações e cânticos característicos, a celebração traz consigo elementos da cultura, onde, em determinadas localidades, há a apresentação de grupos do folclore popular. Todos os dias 19 de dezembro, as cores e os sons dos brincantes dão ainda mais vida à tão querida Casa Azul de Nova Olinda. Entre os grupos, a banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto marca presença na renovação desde a primeira vez em que fora realizada. 

 

De acordo com Alemberg Quindins, diretor da Fundação, foi ainda na década de 80 que ele e Rosiane Limaverde, também diretora, realizaram pesquisas antropológicas emitológicas voltadas para as lendas dos Kariris. Na época, em paralelo às pesquisas, o casal participou de festivais de música popular brasileira por todo Brasil. Quando na organização de um festival em Crato, eles utilizaram, pela primeira vez, uma metodologia de envolvimento de jovens em formação prática de gestores culturais. 

 

A experiência serviu para, em 1992, iniciarem as ações na Fundação Casa Grande. Após reforma no local, a antiga casa de Manuel Ferreira Lima, avô de Alemberg, foi preenchida pela história dos antepassados que habitaram a região. Hoje, a Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri atua na formação social e cultural de crianças e adolescentes, por meio da vivência em gestão institucional em diferentes programas

 

“Os princípios que norteiam a Casa Grande são dois: um é de manter as portas abertas e o outro é de não deixar que elas se fechem”, enfatiza Alemberg. Como explicou, o local não cobra pelo que oferece e faz com que todos sintam o chamado para fazer parte de sua história. “O nosso momento de apreço é sempre pelo presente. Gosto muito do nome “presente”, pela oportunidade de nos fazermos presentes e de estarmos presenteando sempre quem está em nossas vidas!”, completa.

 

“A Chapada do Araripe nos deu de presente esse seu vale e nos sentimos no dever de a reverenciar como os Kariris a reverenciavam. Na realidade, a renovação é o mesmoWarakidzã, culto anual de agradecimento ao plantio e à colheita do ano. Este, em especial, pelo momento de pacificação e união que o Cariri foi ungido com a reconciliação do Padre Cícero. Um dia, ele disse que a sua defesa seria feita pela própria Igreja. E está sendo. A Fundação Casa Grande é tudo isso. É o amor incondicional de Cariri!”, finaliza Alemberg.

JORNAL DO CARIRI

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