quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Obras em Santana do Acaraú param por falta de verba

Iniciada em abril deste ano, a construção da quadra de esportes e lazer no Bairro do Retiro, em Santana do Acaraú, prometia incrementar a prática de esportes e ampliar a oferta de equipamentos de lazer na cidade ( Foto: Marcelino Júnior )
Santana do Acaraú. Pelo menos cinco obras públicas estão paradas neste município. Um dos equipamentos que mais a população se ressente é do matadouro público, que a torna vulnerável a doenças pelo consumo de carne de origem duvidosa.
Mas os problemas vão mais além. Iniciada em abril deste ano, a construção da quadra de esportes e lazer no Bairro do Retiro, em Santana do Acaraú, prometia incrementar a prática de esportes e ampliar a oferta de equipamentos de lazer na cidade. Orçada em pouco mais de R$ 400 mil, do resultado da parceria entre o Município e o Ministério do Esporte, a obra, planejada para ser entregue em outubro, não passa de um espaço vazio, coberto de areia e cercado de entulho, sem iluminação. O único sinal que remete a alguma construção é a placa desgastada pelo tempo, com informações básicas sobre a estrutura.
Outro espaço público ligado ao esporte que chama atenção é a Praça da Liberdade, que de praça só tem mesmo o nome. A implantação e modernização de infraestrutura esportiva, que recebeu esta semana apenas uma demão de tinta branca, garantia reforma e uma quadra coberta, mas segue à espera de intervenção. Assim como a quadra do Polo de Atendimento do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas), do Bairro João Alfredo, que está completamente enferrujada, sem iluminação e sem muro, pois o mesmo veio abaixo, de uma ponta à outra.
Os moradores do Bairro João Alfredo aguardam, ainda, a entrega do novo Creas, orçado em R$ 258.562, recursos provenientes da parceria entre o Município, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o governo do Estado, por meio do Programa de Apoio às Reformas Sociais do Ceará (Proares) II.
A construção, iniciada em julho do ano passado, com previsão de término para setembro daquele ano, continua parcialmente cercada por um tapume, com o terreno encoberto pelo mato. Sem nenhum sinal de início de alguma obra.
Assim como o novo prédio do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), dessa vez no Bairro Geraldo Arcanjo, resultado da mesma parceria, orçado em R$ 363.845, que teve sua obra iniciada, mas segue sem nenhum outro avanço no que se refere à construção civil.
Em frente à mesma estrutura, o Ginásio Poliesportivo Cícero Saraiva, antes frequentado pelos moradores de Santana do Acaraú, é a prova viva do descaso e da falta de manutenção com os equipamentos públicos da cidade, de cerca de 30 mil habitantes. A cobertura metálica veio abaixo, há cerca de um ano, e de lá para cá o espaço se transformou num ginásio fantasma, perdido no esquecimento.
Ao lado do ginásio abandonado, e com prazo de execução em 90 dias, foi erguida, há quase seis meses, parte de uma pista de skate, que também foi deixada de lado. A placa de identificação da obra diz que, no local, o investimento, também fruto de parcerias, foi de R$ 70.163.
"Não só o bairro Geraldo Arcanjo sofre com o descaso com o bem público, mas toda Santana do Acaraú está entregue mesmo às baratas", afirma o morador Raimundo Milton, que reclama também do roubo de tijolos e depredação do equipamento de esporte.
Audiência
O líder comunitário Manoel Canafístula informou que obras conveniadas com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), que são um Creas e um Cras, desde junho de 2013 aguardam a liberação dos recursos.
"Das três praças esportivas nos bairros do Alto da Liberdade, Retiro e no Distrito de Parapuí", destaca o líder comunitário, "as duas últimas foram iniciadas, mas encontram-se paralisadas há mais de seis meses por falta de recursos".
Ele informou, ainda, que, nessa quinta-feira, estará numa audiência com o ministro do Esporte, George Hilton, para tentar o desbloqueio de recursos para a retomada dos serviços, além de outras reivindicações de Santana do Acaraú.
Procurado pela nossa equipe de reportagem, o secretário de Obras da Prefeitura, Eliezer da Silva, não foi localizado e não atendeu às ligações até o fechamento desta edição.

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