segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Parlamentares novatos citam frustrações na AL

Para Zé Ailton Brasil, o maior problema enfrentado por deputados é a demora nos pareceres da Procuradoria da Casa ( FOTO: FERNANDA SIEBRA )
Os deputados em primeiro mandato na Assembleia Legislativa do Ceará tiveram muitas dificuldades em 2015 durante na atuação parlamentar. Em entrevista ao Diário do Nordeste, eles disseram que imaginavam um parlamento com mais possibilidades. Dentre as dificuldades citadas estão as ressalvas da Procuradoria em relação a seus projetos, a crise financeira nacional e limitações na produção de projetos.
O deputado Zé Ailton Brasil (PP) disse que sua maior decepção durante 2015 foi a dificuldade para que a Procuradoria Legislativa acatasse matérias assinadas por parlamentares. Segundo ele, o setor que "mais desconstruir do que contribuir com o parlamento". Essa tem sido uma crítica constante de deputados de oposição e governistas.
"Tivemos boas iniciativas para tentar melhorar a sociedade, mas a Procuradoria só procurou transformar esses projetos em Indicação que não tem valor algum", criticou. O deputado também encontrou problemas quando tentou buscar recursos junto ao Governo do Estado para determinadas áreas do Ceará, mas reconheceu que isso se deu, principalmente, por conta da crise nacional. Para ele, o ponto negativo do primeiro ano foi a falta de sintonia entre a Procuradoria da Casa e os parlamentares.
Ele ressaltou que mudou sua opinião em relação às comissões técnicas permanentes do Legislativo. Antes de ser deputado, Zé Ailton acreditava que as discussões mais importantes sobre propostas eram feitas no Plenário. Agora, ele entende que os principais debates são nos colegiados.
Carlos Matos (PSDB), que já teve experiência no Poder Executivo como secretário, afirmou que a experiência como legislador o fez perceber que há um maior equilíbrio entre as forças de oposição e aliados. No entanto, ele disse que o Regimento Interno da Casa constrange o trabalho parlamentar, apontando que há muitas amarras que limitam as discussões.
Presidência
O tucano criticou a atuação da presidência do Legislativo em algumas votações e o fato de, durante todo o ano, a Mesa Diretora ter se reunido apenas duas vezes com o Colégio de Líderes.
Elmano de Freitas (PT) citou a disparidade entre demandas da sociedade e a oferta do Governo. "É um sofrimento que você tem com as comunidades, porque você entende a situação das pessoas, mas olha para as contas do Governo e sabe que não pode resolver. Estou passando por isso como parlamentar", afirmou. Ele também lamentou os desgastes causados durante os debates em plenário, principalmente com parlamentares de oposição.
Já Renato Roseno (PSOL) acredita que sua maior dificuldade tem sido no fato de ser um parlamentar de oposição com ideologia de extrema esquerda. "Sou minoria absoluta aqui. Em algumas votações fui o único a defender um posicionamento".
Odilon Aguiar (PROS) e Carlos Felipe (PCdoB) destacaram a diferença entre terem sido gestores municipais e agora legisladores do Legislativo Estadual.

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