Crato. No início da semana, a Secretaria de Educação anunciou o fechamento de dez escolas de Ensino Infantil e Fundamental na zona rural deste Município. O titular da pasta, Ronaldo Bacurau, teria justificado a nucleação devido à contenção de gastos. A medida causou revolta entre professores, pais e alunos. Partidos e lideranças políticas também se posicionaram.
Ao ler a notícia no Diário do Nordeste de ontem, o ex-vice-prefeito do Crato e presidente da Associação Comercial do Rotary, Humberto Mendonça, afirmou que "o Crato não pode perder a única coisa que lhe resta", ao lembrar que "o título de cidade da cultura, berço de cursos superiores e, por fim, da Universidade Regional do Cariri, tem que ser preservado". O advogado classificou o fechamento das escolas como "aberração" e cobrou da sociedade cratense e de órgãos públicos que se articulassem para reaver a decisão. Humberto fez um apelo ao governador Camilo Santana, filho do Crato, "para evitar esse crime que se comete com a histórica cidade do Cariri, manchando sua tradição de cultura".
O anúncio do fechamento das escolas foi feito seis meses após a divulgação do ranking de municípios com piores rendimentos no Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica (Spaece). Crato foi o sexto pior município, com índice de proficiência de 145,5. A Assessoria de Comunicação do Município disse que a intenção é evitar desligamento dos professores e funcionários que atuavam nas dez escolas.
Pais de alunos e representantes do PCdoB protocolaram, no Ministério Público do Estado (MPCE), ação pedindo a "imediata suspensão e anulação" do processo de fechamento de escolas públicas municipais na zona rural do Crato. Para o presidente do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb-Crato), Samuel Siebra, o argumento do Município de contenção de gastos não é aceitável, pois "os repasses aumentaram em 20% nos últimos três anos".
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