Juazeiro do Norte. As chuvas trazem alegria para muitos, mas transtornos para boa parte dos moradores de uma cidade que tem sofrido com o janeiro mais chuvoso dos últimos anos. A falta de drenagem em vários pontos deste Município tem feito com que ruas inteiras sejam prejudicadas ou até mesmo levadas pelas águas que atravessam esses locais.
São inúmeros os relatos de pessoas que têm dificuldades de sair de casa, já se acidentaram ou estão com suas residências em risco, por conta da erosão, falta de calçamentos e de esgotamento sanitário.
Entre os bairros mais sofridos com a falta de infraestrutura estão área do triângulo, Timbaúbas, Santa Teresa, Lagoa Seca e São José. O crescimento acelerado da urbanização de Juazeiro fez com que os serviços básicos acompanhassem esse processo num ritmo bem mais lento, e hoje esteja bastante distante de chegar ao ideal para muitas pessoas, que há anos tê solicitado melhorias para suas localidades.
Melhoria
Ano passado, foi decretado estado de emergência com apenas uma chuva de 20 milímetros, na intenção de promover melhorias na malha viária da cidade e consertar estragos causados pelas chuvas em vários bairros.
Não precisa chover muito para se verificar alguns velhos pontos com inundação, como acontece na Avenida Plácido Castelo, área de grande fluxo de veículos, pela ausência da conclusão dos trabalhos de drenagem na área em questão.
O bairro Lagoa Seca tem sido um dos mais penalizados pelas inundações. Considerado área nobre de Juazeiro do Norte, moradores chegam a fazer a travessia da área, em tempos de cheias, de barco. Os carros são impedidos de passar, e a água sobe a um nível de mais de um metro, com casas e comércio na área invadidos.
Buracos
Outro bairro em que os problemas têm sido constantes é o São José. É um dos que mais cresceu em termos de urbanização nos últimos anos, com áreas bem valorizadas, mas a infraestrutura tem deixado a desejar para os moradores que decidiram investir em imóveis nos últimos anos. Ruas esburacas, sem calçamento, esgotos estourados, lixo acumulado em diversos pontos e muitas reclamações dos moradores, além de inundações constantes da área, ainda sem o projeto de drenagem concluído.
A corretora Raquel Alencar afirma que não imaginava encontrar tantos problemas na área onde mora, no bairro São José. Ela disse que, além dos buracos, há muito lixo. Desde que chegou ao local, há cinco meses, o problema só tem se agravado. Isso tem dificultado o tráfego no local. O morador da Rua Assis de Melo, o pedreiro Francisco Sousa da Silva, diz que há muitos anos a área enfrenta problemas e sequer passa carro. "Há muito barro e as pessoas têm dificuldade de passar até em moto", diz.
O comerciante Alan Emanoel Santos Figueiredo afirma que, nos últimos anos, na Rua Antônio Torres de Melo, a situação de alagamento continua na mesma. Só precisa chover pouco para que o nível da água aumente. "A última chuva que deu empossou tudo", lamenta. O seu comércio, que está em área bem valorizada da cidade, possui várias comportas. Ele já chegou a ter prejuízos maiores, mas agora está mais prevenido, até uma próxima grande chuva acontecer. Desde que chegou à Rua José Candido da Silva, dona Francisca Domingos, não esperava encontrar tanto transtorno, que já lhe causou até mesmo acidentes. No local, casas podem estar ameaçadas de cair e, em outras, as garagens ficaram sem saída. Não dá para trafegar pela rua, que ficou totalmente destruída, com as últimas precipitações.
Das chuvas do ano passado para esse, um morador chegou a entupir as crateras com areia. Já neste ano, a chuva levou simplesmente tudo. No local, há árvores derrubadas e um cano estourado, porque não tem como segurar a força da água por falta de cobertura. "Até hoje, temos promessas de melhoria. Para eu sair na rua é um sacrifício", diz.
Temor
A grande quantidade de água das chuvas que passa na rua tem amedrontado os moradores. "Sempre vai junto uma grande quantidade de pedra e terra e o buraco aumenta", afirma a dona de casa Maria José Gomes. Ela falou da necessidade de uma tubulação para a via, pois não tem como a água escorrer sem haver drenagem na área.
Muita demanda
O secretário de Infraestrutura da cidade, Mário Bem Filho, diz que, neste período do ano, os problemas se agravam e não tem como resolver tudo de uma só vez. O problema maior, conforme destaca, é que são várias as prioridades para o atendimento dos serviços de recuperação.
Além do aumento da demanda, outra dificuldade é o contingenciamento de recursos destinados aos investimentos na melhoria, não apenas da malha viária, mas do saneamento.
Os trabalhos estão sendo realizados em várias ruas, mas não tem como resolver todos, até pelo crescimento rápido da cidade. Ele reconhece que as diversas áreas do bairro São José, que tem se urbanizado de forma acelerada, têm problemas, mas, ao mesmo tempo, diz que há muitas ruas que estão calçadas e pavimentadas naquele bairro.
No caso das drenagens, o secretário classifica como um problema sério para Juazeiro do Norte e que envolve um montante financeiro significativo por parte do governo federal, para investimentos em diversas áreas, a exemplo do bairro Lagoa Seca, onde foi iniciado um projeto, que não chegou a ser concluído. (E.S.)
Enquete
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"Não imaginava encontrar tantos problemas na área onde moro, no bairro São José. Além dos buracos, há muito lixo, chegando a formar rampas e o que torna a nossa saúde bastante vulnerável"
Raquel Alencar - Corretora
"Meu comércio já foi invadido pelas águas, e ainda continuo temendo que isso aconteça novamente com as chuvas mais fortes, mas tenho mais segurança nas portas, para impedir danos maiores"
Alan Emanoel Santos Figueiredo - Comerciante
Mais informações:
Secretaria Municipal de Infraestrutura
Parque de Eventos Padre Cícero Bairro Planalto
Telefone: (88) 3571-1128
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