Após viverem um ano cercado de turbulências na economia, os brasileiros que almejam um 2016 melhor, principalmente no aspecto financeiro, não podem abrir mão de se organizar. Controle de gastos, reserva de recursos e cuidado com os juros, por exemplo, são algumas recomendações que a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) dá aos consumidores para que o início deste ano não fique ainda mais apertado no bolso.
Segundo o diretor de economia da Anefac, Roberto Vertamatti, é fundamental que haja uma reflexão sobre os gastos de fim de ano e despesas que chegarão em breve, ainda mais porque 2016 deve continuar sendo um ano de ajustes na economia, o que continuará afetando o orçamento dos consumidores.
"O governo não fez devidamente o seu ajuste, mantendo ainda gastos volumosos e muitos não necessários. Assim, para pagar estes gastos, ele vai continuar pressionando os cidadãos para que paguem mais impostos. E olha que já pagamos um absurdo de impostos", destacou o economista.
Segundo ele, o cidadão sempre se depara, no início de cada ano, com uma maior necessidade de recursos, já que os gastos das festas de fim de ano geralmente não estão totalmente pagos e também há os grandes desembolsos com a escola dos filhos, IPTU, IPVA. Neste cenário, onde os salários não devem ter ganhos que superem a inflação do período e o número de desempregados deve subir, a Anefac aponta uma série de orientações que podem ajudar.
Recomendação
Na hora de ir às compras, por exemplo, a principal recomendação, apesar de óbvia, é pesquisar sempre os preços. Esta tarefa, conforme a Anefac, é facilitada, sobretudo em itens mais caros, pelos sites de busca, onde as pessoas podem conseguir alternativas de valores para o produto que desejam. "Procure não comprar por impulso, analisando a real necessidade do bem que pretende adquirir. O diretor da Anefac também afirma que o ideal é fazer compras à vista, pois desta forma sempre é possível negociar algum desconto.
Impostos
No caso do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), o diretor da Anefac ressalta que o parcelamento é indicado somente para quem não têm recursos, posto que o contribuinte estará arcando com juros se não pagar à vista. Vertamatti recomenda que as pessoas não atrasem o pagamento deste imposto, pois a multa, que varia de cidade para cidade, pode chegar a 20% do valor principal mais os juros que variam de 1% a 2 % ao mês.
Quanto ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), lembra a Anefac, o desconto para pagamento na cota única é de 5% no Ceará. "Tirar dinheiro da poupança para pagar à vista é uma opção para quem possui condições".
Roberto diz ainda que, quanto às taxas de licenciamento, o valor deve ser pago em parcela única. No caso do DPVAT ou seguro obrigatório, dependendo do Estado, o mesmo poderá ser parcelado em igual número de parcelas do IPVA.
Despesas escolares
Despesa recorrente em todo início de ano, os gastos escolares também precisam de um cuidado especial. Os materiais escolares, livros e uniformes, por exemplo, devem ser bastante pesquisados antes da compra e, de preferência, comprados à vista, com descontos que podem passar dos 10%.
"Caso não tenha disponibilidade para realizar o pagamento à vista, parcelar em até seis vezes no cartão, sem juros, mas não atrasar nos pagamentos do cartão, pois os custos com os juros são da ordem, na média das instituições financeiras, de 365% ao ano", afirma Roberto. Se o consumidor possuir algum problema financeiro e não tiver condições de continuar pagando as parcelas escolares, a Anefac recomenda procurar a escola para negociar a dívida atrasada, se possível sem juros. Assim como praticamente todos os economistas, o diretor da Anefac recomenda fortemente que os consumidores fujam do financiamento relacionado ao cartão de crédito.
Juros
"Os juros são absurdamente altos. Mesmo que você não financie suas dívidas com o crédito rotativo do cartão, cuidado com as anuidades e tarifas do cartão. Ao invés de pagá-las busque alternativas, negocie com a operadora para, se possível, não pagar nenhuma taxa de manutenção do cartão. Caso o seu cartão não permita retirar a taxa da anuidade, mude de cartão, negocie com outra operadora", conta. "Normalmente os cartões dão crédito pré-aprovado para ser utilizado. Lembre-se que tomar este crédito e ou parte dele, é como assumir uma dívida com juros altíssimos", completa o diretor da Anefac.
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