Crato. Servidores municipais da área da saúde protestaram, hoje (28), em frente ao prédio da prefeitura contra as “péssimas condições de trabalho e atraso salarial”. Em contraponto ao lançamento da caravana de mobilização para o enfrentamento ao Aedes aegypti e à microcefalia, realizado há uma semana no Centro de Convenções do Cariri, com a presença do Ministro da Saúde, Marcelo Castro, os Agentes Comunitários de Endemias (ACE´s) estão com suas atividades paralisadas há 98 dias.
O presidente da Associação, Israel Alencar, avalia que “não adianta lançar campanha, pedindo a mobilização de todos, enquanto os agentes de endemias, que enfrentam o mosquito diretamente, não possuem as mínimas condições de trabalho”. A classe reivindica ajuste salarial, o que não ocorre há três anos; reposição dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e transporte para atender as áreas rurais.
Ministro lança campanha de combate ao Aedes aegypti
“Atualmente estamos sem pesca larvas, boletins diários, ficha de visita, lanternas, botas e até sem transporte”, denuncia Israel. Ele ressalta que durante o período de greve, mais de 100 mil imóveis deixaram de ser visitados. “A conta é simples, cada agente visita, em média, 25 casas por dia. São 42 agentes de campo paralisados por quase cem dias. O prejuízo é grande, mas não podemos trabalhar sem o mínimo de segurança”, acrescenta.
O Ministério da Saúde recomenda a realização de, no mínimo, seis visitas por ano em cada casa, para eliminação das larvas e dos criadouros do Aedes aegypti e para orientação da população. Segundo a Associação dos Agentes, existem cerca de 52 mil imóveis na cidade.
Além das residências, os agentes atuam nos pontos estratégicos (ferros-velhos, borracharias, cemitérios, depósitos de sucata e de materiais de construção, entre outros), locais onde há grande concentração de depósitos preferidos pelas fêmeas do Aedes aegypti para depositar os seus ovos. Nessas áreas, o Ministério da Saúde recomenda que as visitas sejam feitas a cada 15 dias e, além da aplicação do larvicida, também seja usado o adulticida, inseticida para atingir o mosquito na fase adulta.
O prefeito do Crato, Ronaldo Gomes de Matos, reconheceu as reivindicações, no entanto, limitou-se em dizer que “o município atualmente não dispõe dinheiro para atender as demandas de todas as categorias”.
Diário Cariri
Nenhum comentário:
Postar um comentário