Após a tese de candidatura própria do PT em Fortaleza ter sido aprovada, na última quarta-feira, em reunião do diretório municipal do partido, petistas que são próximos ao governador Camilo Santana pregam a unidade da legenda, principalmente em um momento que a sigla enfrenta amplo desgaste em sua imagem. "Trata-se de um movimento legítimo e que faz parte de todo o processo", diz o presidente estadual do PT, De Assis Diniz, minimizando a decisão.
"Estão tentando criar dicotomia onde não existe. O partido não está dividido. Acontece que as deliberações serão apresentadas ao diretório nacional, que é quem vai orientar que caminho seguiremos", afirma. A declaração do dirigente refere-se à repercussão sobre as dificuldades para conciliar o desejo de petistas da Capital em lançar candidato e a afinidade de Camilo Santana com Roberto Cláudio.
Segundo De Assis, um desentendimento interno nesse momento só enfraqueceria o partido. Ele avalia que, para superar a atual conjuntura, a união do partido é a única saída. "É preciso manter a unidade partidária, pois qualquer ruptura tornaria o PT frágil e criaria dificuldades para nossa base militante. O momento é para dialogar e construir um caminho em comum".
O presidente estadual da legenda lembra que o rito de todo o processo até a apresentação do nome próprio ou apoio a determinados candidatos foi definido durante reunião do diretório nacional em outubro, quando ficou estabelecido que decisões desta natureza ficariam a cargo do próprio diretório nacional. "Os diretórios têm todo o direito, e faz parte do percurso, de deliberar sobre seus posicionamentos, mas a homologação será feita em instância nacional", relata.
"Tudo isso tem ganhado força porque Fortaleza, como São Paulo, está entre as capitais com prioridade do partido nas eleições municipais de 2016, mas ainda haverá muita discussão antes se tomar qualquer decisão", alega.
O secretário de Assuntos Institucionais do Governo do Estado, o petista Nelson Martins, afirma que, por enquanto, tem mantido a neutralidade nas discussões. Ele afirma que o governador também se mantém distante das discussões, concentrando o trabalho "na resolução dos problemas de governo" e não tem tratado do tema com seu secretariado.
Esforços
Sobre a estratégia petista para manter o partido unido, Nelson Martins aponta que os esforços devem ser concentrados, nesse momento, em tirar o Brasil da crise econômica. "Essa seria a melhor maneira de fortalecer nosso partido, pois recuperaria a aprovação do mandato da presidente Dilma Rousseff. É claro que esse cenário mudaria a imagem do PT em todos os estados, inclusive no Ceará", destaca.
A deputada Rachel Marques (PT) aposta no diálogo para se chegar a um consenso. "Acredito que ouvindo as lideranças, e posso citar que a maior é o governador Camilo Santana, vamos manter nossas bases unidas, sem rachaduras, prevalecendo o que ficar decidido nas discussões que vão passar pelo diretório nacional", relata, citando a conferência do PT, amanhã, na Capital.
"Todos terão a oportunidade de se manifestar e a opinião de cada petista deve ser levada em consideração. Desta maneira, vamos buscar a unidade aqui no Estado do Ceará", explica. Segundo De Assis, o partido possui representantes com grande aceitação dos cearenses, mas os correligionários precisarão entrar em consenso na Capital.
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