domingo, 24 de janeiro de 2016

Petistas querem chegar a consenso com Camilo

Petistas lançaram manifesto em defesa de candidato do PT a prefeito na Capital. Luizianne Lins, esperada no evento, não foi ao evento ( FOTO: NATINHO RODRIGUES )
Representantes do PT em Fortaleza querem construir, ao longo dos próximos meses, uma candidatura própria de consenso entre seus filiados para evitar uma disputa interna que fragilizar ainda mais a sigla, que tem enfrentado ampla rejeição nos últimos anos. Na tarde de ontem, o presidente da executiva municipal, deputado Elmano de Freitas, se reuniu com alguns membros do grêmio para lançar uma resolução partidária em que defende participação na disputa majoritária nas eleições de outubro.
A sigla quer evitar as prévias e trabalhar um nome que tenha maior densidade eleitoral e que seja o aglutinador das forças internas da agremiação e de prováveis alianças. "Você está sendo atacado, seu partido está sendo atacado, o Governo Federal e o Estadual também. Vamos perder tempo em um debate interno, em uma disputa acirrada? Não tem lógica", disse Elmano.
Segundo ele, é possível que o PT gaste mais energia e tempo em discussão sobre um nome, mas alega ser necessário, já que o candidato precisa unificar a legenda. "Temos vários nomes que podem unificar, mas vamos tentar ver um que unifique e tenha maior desempenho eleitoral na disputa", alegou, citando como possíveis postulantes os vereadores licenciados Acrísio Sena e Guilherme Sampaio, o vereador Deodato Ramalho e a deputada federal Luizianne Lins.
O PT de Fortaleza, durante todo o ano passado, não conseguiu se reunir com o governador Camilo Santana para discutir as disputas eleitoras em Fortaleza. O assunto voltou à pauta, ontem, durante coletiva em que o partido apresentou o manifesto pró-candidatura própria. Elmano de Freitas disse que o partido tem interesse em que o chefe do Executivo apoie um candidato majoritário da sigla, mas compreende os compromissos que ele tem com o prefeito Roberto Cláudio, até porque Camilo teve apoio do grupo político do qual o gestor Municipal faz parte.
Vetar
Elmano ressaltou ainda que em 2014, quando a presidente Dilma Rousseff recebeu apoio de dois candidatos ao Governo do Estado, Eunício Oliveira e Camilo Santana, ela decidiu se ausentar da participação nos palanques locais, distanciando-se da disputa no Ceará. "Temos uma situação semelhante em Fortaleza. Como é que o governador vai se colocar diante disso? Temos antes que conversar com ele e saber o que ele sugere. Nessa situação, o PT não vai chegar e dizer como ele tem que fazer. Queremos chegar a um consenso, inclusive com o governador".
Elmano disse não acreditar que o governador tenha interesse em vetar a escolha do PT municipal, ressaltando que, do ponto de vista partidário, Camilo não se posicionou sobre Fortaleza nem sobre qualquer município. O partido pretende discutir quais serão as alianças que poderão ser feitas em prol de uma candidatura petista, já que esse é outro obstáculo a ser superado.
O partido ainda vai passar por um debate interno no processo eleitoral até encaminhar a decisão final para a executiva nacional para ser homologada. No dia 27 de janeiro, o partido realizará reunião interna para discutir o processo com os filiados. No dia 30, o PT Estadual fará a Conferência Eleitoral, ocasião em que nomes dos pretensos candidatos em todo o Estado serão colocados para avaliação da legenda. Já no dia 8 de abril ocorrerá a conferência nacional do PT.
Derrota
O líder do PT na Câmara Municipal de Fortaleza, Deodato Ramalho, afirmou que o manifesto em favor da candidatura própria ratifica o processo que se iniciou em 2013, após a derrota do partido nas eleições de 2012. Segundo ele, o governador Camilo Santana, "na pior das hipóteses, tem que se colocar como magistrado e respeitar as posições partidárias do PT". Ele também defende o apoio do chefe do Executivo estadual ou, no máximo, a neutralidade do governador.
Para o secretário da Cultura e vereador licenciado, Guilherme Sampaio, o documento apresentado é um guia sobre o processo eleitoral de 2016 e trará grande responsabilidade para o partido. Ele diz que o projeto do PT está sob forte ataque "das forças políticas que sempre dominaram e pautaram a política nacional", o que só pode ser respondido, avalia, pelo diálogo com as pessoas durante o processo eleitoral.
O vereador Ronivaldo Maia e o assessor de  articulação política dos movimentos sociais, Acrísio Sena, não foram ao encontro, mas enviaram representantes. A deputada Luizianne Lins não compareceram ao evento.
O presidente estadual do PT, De Assis Diniz, chegou ao término do encontro. Ao Diário do Nordeste o dirigente disse que é preciso ter cautela na definição da candidatura, acrescentando que a legenda não pode se sobrepor a decisões da executiva nacional e ainda precisa ouvir a opinião do "maior cabo eleitoral" do partido no Estado, o governador Camilo Santana.

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