Quixeramobim. Após nove dias de chuvas crescentes, banhando praticamente todas as regiões do Ceará, o quadro pluviométrico volta a reduzir no Estado. Entre as 7 horas de quarta-feira e 7 horas de ontem, conforme registros da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) postos oficiais de apenas 40 municípios apontaram registros positivos. Mesmo assim, a maior chuva foi de 76mm, em Chaval, no extremo noroeste do Estado, limites com o Piauí. Barroquinha registrou 62 mm; Ibiapina, 60.8 mm; e Crateús, 52 mm.
Previsão
Pelas imagens do satélite Meteosat-10, o fenômeno natural de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) ainda continua atuando sobre o Ceará, provocando, nesta sexta-feira (29), nebulosidade variável, com possibilidade de chuva em todas as regiões. Esse mesmo quadro deverá continuar no sábado, mas, se as chuvas vierem, deverão ocorrer no Centro-sul do Estado. Conforme a Funceme, o vórtice continua próximo à região Nordeste do Brasil.
Na avaliação do meteorologista Raul Fritz, da Funceme, como o vórtice ciclônico é um sistema meteorológico muito variável, não há como prever com precisão se ele vai continuar atuando no Ceará.
Ele pode permanecer por alguns dias ou até mais de uma semana, mas definir a sua duração, a intensidade e a localização é praticamente impossível. Os três dias definidos após as análises dos vários modelos disponíveis na Fundação ainda é o mais seguro, explica.
O calendário das chuvas no Estado deste ano aponta maior intensidade nos dias seguidos. Foi assim de 7 a 9 deste mês, se reduzindo nos quatro dias seguintes, até o dia 13. A partir do dia 18 as precipitações se intensificaram novamente por uma semana, até o dia 25.
Açudes
No dia 19, o Açude Caldeirões, em Saboeiro, começou a sangrar. No dia 24 foi a vez do Trici, em Tauá e o Colina, em Quiterianópolis, todos localizados na região dos Sertões dos Inhamuns, uma das mais secas do Estado.
Os 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) acumulam, no momento, 12,9% da capacidade. Esse número chegou, há alguns dias, a 11,8%, o que significa dizer que, mesmo pouco, houve aporte com as últimas chuvas. Mas, como a terra estava muito seca e elas também não cairam de forma regular no território do Estado, a situação geral permanece crítica.
As cinco bacias com menor reserva são Baixo Jaguaribe (0,25%), Curu (2,94%), Banabuiú (3,2%), Sertões de Crateús (4,64%) e Acaraú (9,63%). Já as cinco em melhores condições são Litoral (36,08%), Alto Jaguaribe (29,94%), Coreaú (29,71%), Metropolitana (21,21%) e Serra da Ibiapaba (15,26%).
Expectativa
A expectativa dos moradores de Quixeramobim, no Sertão Central, é de mais períodos de intensidades de chuvas naquela região, como ocorreu na semana passada. Neste ano, já choveu 98 mm no Município. Em algumas localidades, os pluviômetros registraram mais de 110mm, mas o Açude Quixeramobim ainda permanece completamente seco. A cidade aguarda a conclusão das obras de uma adutora de 60Km de extensão para normalizar o abastecimento de água
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