segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Acidentes com mortes crescem 21%

Na Capital, foram criadas faixas prioritárias para motociclistas em cruzamentos de grande circulação, como na Avenidas Aguanambi ( FOTO: FERNANDA SIEBRA )
O Ceará é o estado brasileiro que possui maior frota de motocicletas em comparação com a quantidade de carros. Em números, são 1.224.519 motos, contra 1.014.720 automóveis, o que representa a diferença de mais de 200 mil unidades entre esses tipos de veículos, conforme dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), atualizados em dezembro de 2015.
Além da falta de espaço no trânsito, um dos problemas mais graves relacionados ao tráfego de motos é o crescimento dos acidentes com mortes. Esse tipo de modal lidera o ranking das mortes em acidentes automobilísticos no Estado. Conforme o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE), 612 motociclistas perderam a vida em decorrência de acidentes no período de janeiro a julho do ano passado. A quantidade é 21% superior ao registrado pelo órgão em período igual no ano de 2014.
Enquanto isso, os acidentes com mortes envolvendo carros registram queda de 12% no período divulgado pelo Detran. Foram 272 acidentes entre janeiro e julho de 2015, contra 310 em igual período do ano anterior.
O problema é percebido nas unidades de saúde do Estado. No maior hospital de urgência e emergência de Fortaleza, o Instituto José Frota (IJF) mais da metade das internações - cerca de 70% - são em decorrência de acidentes envolvendo motos.
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Frota
Se levarmos em consideração a frota absoluta de motocicletas, o Ceará aparece em terceiro lugar do ranking geral, ficando atrás apenas de São Paulo (4.268.872) e Minas Gerais (2.308.174), respectivamente. De acordo com o Denatran, nove estados possuem frota de motos superior à de carros. Na Região Nordeste, além do Ceará, os estados que apresentam esse perfil são Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte. As demais unidades federativas com esta mesma característica estão na Região Norte: Acre, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Este fenômeno foi observado no Estado pela primeira vez em 2013, quando a frota de motos superou a casa de um milhão. Na Capital, por exemplo, a Prefeitura começa a adotar algumas medidas experimentais tanto para atender imediatamente a grande demanda do fluxo de motos, como observar a resolutividade da iniciativa. No ano passado, foram criadas faixas prioritárias para os motociclistas em cruzamentos de grande circulação, como nas avenidas Aguanambi e Raul Barbosa. Quando o sinal abre, as motos saem primeiro que os outros veículos. A sinalização foi instalada pela Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) para evitar o conflito entre carros e motos por disputas de espaço.
Para o promotor de Justiça e membro do Núcleo de Atuação Especial de Controle, Fiscalização e Acompanhamento de Políticas do Trânsito (Naetran), Gilvan Melo, os índices de violência no trânsito são resultados de fatores, que incluem, principalmente, a falta de educação e desrespeito às leis. "Muitos condutores não possuem o preparo suficiente para conduzir esses veículos. É necessário investir, principalmente em educação, e preparo dos motociclistas", indicou.
O Detran informou que faz ações periódicas com o foco nos motociclistas. "No Interior do Estado, onde a frota é crescente, nós (Detran) desenvolvemos a 'Operação Capacete', principalmente nos municípios com maior número de ocorrência. As blitze também foram intensificadas" disse a diretora de Planejamento do Dentran-CE, Lorena Moreira.

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