Juazeiro do Norte. O crescimento surpreendente no tráfego de passageiros no Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, neste Município, poderá incluí-lo no rol dos mais movimentados do Nordeste. Somente no primeiro mês do ano, foram realizadas 751 operações, um aumento de 40,1%, em relação a janeiro de 2015, quando foram registrados 536 pousos e decolagens.
Mesmo por ser um período de alta estação, esse número, diante das dificuldades na Economia do País chama a atenção. O aeroporto fechou 2015 com uma movimentação de passageiros de 444.390 usuários de embarques e desembarques.
Não obstante essa realidade, o Aeroporto Regional ainda está na segunda categoria, na tabela de classificação do Cadastro de Informações Aeroportuárias (CIA). São somados 89 pontos. Para chegar ao topo da tabela, deverá ultrapassar 140. Para isso, precisa inclui alguns fatores, entre eles facilidades a serviços proporcionadas pelo equipamento, além da movimentação.
Aproximação
O coordenador de Turismo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Juazeiro do Norte, José Roberto Celestino, afirma que, para haver uma mudança de categoria, o aeroporto precisa ultrapassar a movimentação de 500 mil passageiros por ano. O período de 2013 foi o que mais se aproximou dessa marca, com 451 mil pessoas.
A nova estatística de janeiro, mesmo com aumento de voos extras nessa fase de alta estação, traz uma esperança, caso continue com esse crescimento, mesmo numa fase e que empresas aéreas, como a TAM e a GOL, reduziram suas operações.
Segundo José Roberto, isso ocorreu em cerca de 7%, fechando as bases dessas empresas. "Mas depende da economia nacional, regional, das empresas aéreas", afirma. Atualmente, são realizados, diariamente, 16 pousos e decolagens.
A Assessoria de Imprensa da Infraero afirma que, em relação à mudança de categoria tarifária, a empresa está realizando, no momento, um trabalho de atualização do Cadastro de Informações Aeroportuárias (CIA), onde são descritas as facilidades e serviços proporcionados pelos aeroportos. Tais facilidades e serviços são classificados e tarifados conforme a Portaria Nº 1592/GM5, de 7 de Novembro de 1984, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O Aeroporto de Juazeiro do Nortes dispõe, atualmente, de facilidades e serviços que totalizam os 89 pontos, alcançando a segunda categoria para fins de cobrança tarifária.
Somente no primeiro mês do ano, foram realizadas 751 operações, enquanto, em janeiro do ano passado, foram 536 pousos e decolagens
Eficiência
Para José Roberto, atualmente o aeroporto tem realizado bom atendimento para a população, principalmente a mais carente. Os serviços, segundo ele, inclusive com a área de alimentação, têm sido satisfatórios, e os da parte operacional do local, para embarques e desembarques, estão funcionando com mais facilidade e rapidez do que muitos aeroportos do Brasil.
Mas o coordenador aponta deficiências no local, a exemplo da pista, que está com o tempo de vida útil vencido. Chegou a ser feita, em 2003, após várias reivindicações. Ele destaca a necessidade de investimentos nesse momento, e os pátios de estacionamento estão necessitando de melhorias de forma urgente.
Desde 2014 que uma taxiway, que é uma faixa de pista do aeródromo, está interrompida. São superfícies rígidas, normalmente feitas de asfalto ou concreto. Ele afirma que essas necessidades foram reivindicadas junto à Infraero.
A empresa tem justificado a falta de dinheiro para investimentos. "Outros aeroportos menores têm recebido esses investimentos e isso é o que não entendemos, de forma alguma", ressalta Roberto.
Destaque
Um dos nomes que tem se destacado, nos últimos anos, pela luta em prol de melhorias no Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, tem sido o engenheiro mecânico José Roberto Celestino, formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Ele retornou à sua cidade natal, Juazeiro do Norte, e é um apaixonado pela aviação. Deixou de dar os seus voos planadores pelo Sudeste do País, para se dedicar a uma causa, que já dura 34 anos e vem desde 1982.
Quando chegou a Juazeiro do Norte, foi logo identificando deficiências no local e começou a reivindicar às autoridades melhorias. Ele enxergava o potencial da região, e, principalmente, do equipamento, que, em todos esses anos, tem refletido uma realidade de desenvolvimento regional e contribuído para o crescimento do Cariri.
Sempre tem dados sobre o local na ponta da língua, com palavras técnicas relacionadas a sua incursão pelo assunto constantemente. Ele identifica as deficiências e, sempre que tem oportunidade, chega às autoridades da área e políticos influentes da região para auxiliar nas reivindicações e melhorias.
Roberto Celestino diz que os avanços, nos últimos anos, do Aeroporto, se devem, principalmente, ao próprio potencial da região. O engenheiro conta com uma pesquisa da Secretaria Nacional de Aviação Civil, que estudou todos os aeroportos do Brasil, e, nesse levantamento, o desempenho do aeroporto de Juazeiro é muito bom.
"Para se ter uma ideia, o de Fortaleza influencia 157 municípios, e o de Juazeiro do Norte, 127. Depois de Recife e Fortaleza, é o que tem maior área de abrangência", afirma.
E foi exatamente por estar estudando numa escola de engenharia, o estímulo necessário que o levou a lutar e ser vibrante com a aeronáutica. Na época em que chegou a Juazeiro, percebeu logo um equipamento que não tinha voo por instrumento, quando havia 20 aeroportos no Interior do Nordeste com isso, e, dessa quantidade, apenas cinco com voo comercial. Juazeiro tinha um comercial e não tinha por instrumento.
Naquela época, contava com um voo da Varig, que fazia a linha Juazeiro-Fortaleza-Recife, e depois é que vieram os voos para São Paulo, pela BRA.
Muito antes disso, aconteceram voos de Juazeiro para São Paulo, fazendo muitas escalas, na década de 1960. Ele afirma que a inauguração desse aeroporto é de 1954 e a comercial de 31 de dezembro de 1950, no Campo Marechal Farias, onde hoje é o Cariri Garden Shopping. O local foi doado pelo Padre Cícero ao Ministério da Guerra. Naquela época ainda não existia a Aeronáutica. (E.S.)
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