terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Casos de zika seguem sem notificações

O País todo segue em alerta contra as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e planejando ações de combate à reprodução do vetor. No Estado do Ceará, a dengue segue em crescimento exponencial a cada semana, e novos casos da febre chikungunya já foram apontados. Contudo, se o acompanhamento das ocorrências dessas enfermidades serve como parâmetro para direcionamento das estratégias de trabalho, em relação ao Zika vírus, essa incerteza deve continuar, uma vez que, até o momento, não há um controle sobre o número de acometidos pela doença.
Mesmo considerado benigno e com sintomas que desaparecem espontaneamente, o Ministério da Saúde (MS) já confirmou a evolução de casos de Zika a óbito no País. Outro problema é a alta relação da doença com os casos de microcefalia em recém-nascidos. A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) informou que existe uma preparação em andamento para esse controle, mas apesar dos agravantes, não há uma previsão.
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Embora ainda não exista exame que identifique o zika vírus, para o médico infectologista Anastácio Queiroz, o procedimento de notificação deveria ser realizado para um melhor esclarecimento. "Como é que se trata de uma doença grave, que todo mundo fala, e ela não é notificada? Quando se tem um paciente com exantema grave você trata como se fosse zika então mesmo que não tenha a confirmação você tem a suspeita. É uma decisão que terá que ser tomada para termos uma clareza maior do que está acontecendo", afirma.
O médico explica, no entanto, que apesar da confirmação de duas mortes por Zika, o vírus é, na grande maioria das incidências, brando. "Toda doença pode se apresentar de uma forma grave e quando a incidência aumenta muito há sempre casos excepcionais", ressalta. Entre os sintomas, segundo o especialista, está o aparecimento de febre baixa, dor de cabeça, manchas vermelhas na pele e conjuntivite, alguns deles, similares a das outras doenças causadas pelo Aedes aegypti.
Registros
Este ano, 280 pessoas no Ceará já foram atingidas pela dengue, conforme o último boletim epidemiológico divulgado pela Sesa. Já sobre a febre chikungunya, chama atenção o fato do Estado já confirmar quatro casos em menos de dois meses deste ano, uma vez que, durante todo 2015, foram apenas sete o número de confirmações, sendo cinco importados e dois autóctones, quando a pessoa contrai a doença na sua localidade. Todas as ocorrências de 2016 foram registradas em Fortaleza.
Apesar da ocorrência superior ao igual período do ano passado, Anastácio Queiroz diz que o vírus no Ceará não expandiu a exemplo do que ocorreu em demais localidades do Nordeste. No entanto, acredita em um aumento do número de casos.
"Mesmo não tendo uma transmissão tão grande quanto o Zika, o mosquito está presente, então é de se esperar que tenhamos bem mais casos este ano, mas isso depende muito de como a população se comporta em relação ao vetor e do trabalho efetivo que a gente espera que seja feito". Assim como acontece com o zika, o infectologista afirma que o índice de óbitos por febre chikungunya é muito baixo, com uma proporção de um caso para cerca de mil pessoas infectadas.
Sobre o levantamento das pessoas acometidas pelo zika vírus, o Ministério da Saúde (MS) informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que tem a intenção de realizar a notificação obrigatória de casos individuais, e que até o momento não é realizado pela inexistência de um teste sorológico de uso amplo e universal.
Saiba mais
A presidente Dilma Rousseff estuda aplicar multa federal a donos de propriedades privadas que sejam reincidentes no flagrante por agentes de saúde de focos de procriação do Aedes aegypti.
Segundo o ministro Jaques Wagner (Casa Civil), a petista encomendou um estudo para a AGU (Advocacia Geral da União) para avaliar se há permissão legal para aplicar a punição.
Os focos principais da medida, que já é aplicada por alguns municípios, são as propriedades abandonadas e imóveis fechados, dentre eles, aqueles nos quais os moradores se recusam a permitir a entrada de agentes militares ou de saúde.
No mês passado, a presidente editou Medida Provisória para autorizar forças de segurança e agentes de saúde a entrarem em propriedades privadas desocupadas ou fechadas

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