O serviço prestado pela Companhia Energética do Ceará (Coelce) no Estado recebeu críticas na sessão de ontem da Assembleia Legislativa. As colocações tiveram início quando o deputado Roberto Mesquita (PV) disse não entender o motivo pelo qual o serviço essencial de distribuição de energia é monopolizado de forma a afrontar os cearenses, desde a má prestação de serviços até cobranças indevidas.
"Para se ter uma ideia da dimensão do prejuízo que essa empresa causa, o Interior do Ceará não avança em desenvolvimento por culpa da Coelce, que não amplia a rede trifásica, deixando apenas a monofásica, que não tem capacidade de colocar para funcionar um motor ou forrageira de maior porte", observou.
O parlamentar acusou a Companhia de não ter o "mínimo compromisso" com o povo cearense e apontou que, enquanto o Ceará passa por uma crise sem precedentes, a empresa apresenta seguidos balanços positivos.
"Ela tem suas regras que só servem para seus cofres, cheios a cada trimestre. Isso envergonha os cearenses que, em péssima hora, perderam esse patrimônio para uma empresa multinacional descompromissada com o Estado onde atua", afirmou.
'Roubo'
Em aparte, o deputado Audic Mota (PMDB) relatou que há casos em que o proprietário solicita a ligação de energia e aguarda por três anos pelo serviço. Danniel Oliveira (PMDB) taxou de "roubo" a forma como a Coelce atua no Estado e seus lucros.
"Eu mesmo fui vítima dela quando uma conta de energia chegou em minha residência com valor alterado. A orientação foi de que deveria pagar a fatura e que posteriormente eles iriam analisar o que aconteceu. Tive de pagar. Isso eles fazem com qualquer pessoa", declarou.
Daniel Oliveira defendeu, ainda, que a Assembleia deveria criar uma frente parlamentar para debater problemas possivelmente ocasionados pela empresa. "Deveríamos convocar a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Ceará (Arce), que precisa se sobrepor à Coelce".
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