O Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar (HMJMA), no bairro Farias Brito, passou a integrar, nesta quinta-feira (25), a rede referência de hospitais do Estado no atendimento às crianças e mulheres grávidas de bebês com suspeita ou diagnóstico de microcefalia. Além do Hospital da Polícia Militar, como é conhecido, o atendimento especializado pode ser realizado no Hospital Geral Dr. César Cals, Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e Hospital São José - todos na Capital.
Segundo Diana Austregésilo, pediatra e coordenadora da neonatologia do HMJMA, a unidade tem capacidade para atender a cerca de 20 bebês já notificados com microcefalia de Fortaleza e da Região Metropolitana por dia. O atendimento precisa ser marcado por meio da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) quando for constatada a suspeita da má-formação na unidade de saúde onde a criança foi consultada.
Outros hospitais da rede oferecem consultas, exames de imagem, sorologia e outros testes necessários para diagnóstico e acompanhamento médico. O HIAS vem acompanhando 150 casos suspeitos notificados pela Sesa. Os atendimentos ocorrem em dias de segunda e quarta-feira, mas exames e procedimentos podem ser marcados conforme a necessidade e em dias diversos.
O Albert Sabin foi escolhido como hospital de referência do SUS para atender aos casos de microcefalia no Ceará. De acordo com a assessoria do hospital, em novembro de 2015, quando começou a mobilização para o combate à doença, chegaram a ser atendidas dez mães com bebês por dia. Antes disso, costumava receber uma média de três casos por ano.
"As crianças nascem nas maternidades e, quando têm suspeita de microcefalia, vem para cá para o descarte ou para a confirmação, porque nós temos uma equipe interdisciplinar com geneticista, neurologista e infectologista. Se a microcefalia for confirmada, elas continuam sendo acompanhadas aqui", afirma a diretora-geral do Albert Sabin, Marfisa Portela. Segundo ela, o hospital tem recebido uma demanda espontânea.
Gestante
O infectologista pediatra do César Cals, Robério Leite, informa que a unidade recebe tanto as gestantes de casos suspeitos, oferecendo ultrassom morfológico, exames do líquido amniótico e atendimento psicológico, quanto os bebês suspeitos ou diagnosticados com microcefalia. Nesses casos, são realizados exames sanguíneos, visuais e auditivos e tomografia cerebral. Se a microcefalia for confirmada, o bebê é encaminhado ao HIAS. A unidade acompanha sete gestantes e, de novembro de 2015 até hoje, 10 foram notificadas.
Para o médico, o desafio do aumento da demanda por esse tipo de atendimento é a capacitação dos profissionais da saúde, já que poucos têm experiência com a doença. A ampliação da rede de atendimento às gestantes e crianças com microcefalia, segundo a Sesa, ocorre de acordo com as necessidades impostas pela atual situação epidemiológica. A pasta informa que promoveu a capacitação dos profissionais de saúde do Norte e de 450 profissionais do Programa de Saúde da Família e dos hospitais da Capital.
Casos
De acordo com o último boletim epidemiológico sobre microcefalia divulgado pela Sesa, de outubro de 2015 até a última segunda-feira (22), foram notificados 335 casos de microcefalia em 77 municípios. Desses casos, 33 foram confirmados. Cerca de 76,4% dos casos (256 dos 335) estão em investigação.
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