Novembro de 1996. Eu engatinhava no rádio esportivo. Prestes a completar 20 anos, buscava um espaço na imprensa. Já tinha passado pelas rádios Iracema, Educadora (Crato) e Cetama (Barbalha). Surgiu uma vaga de repórter setorista do Guarani de Juazeiro na rádio Progresso. A emissora tinha bons nomes e parecia ser minha grande chance. O convite aceito me aproximou de uma pessoa que foi muito importante para meu crescimento profissional.
Do seu jeito, Wellington Oliveira me ensinou muito. Afinal, não é todo mundo que tem uma preocupação didática constante como "Zé". Dos erros de português à forma correta de colocar a voz. De como ligar o equipamento até se comportar pra fechar uma publicidade. Meu aprendizado foi acelerado. O mais legal é que ele tinha um jeito todo próprio de passar tudo isso. Pela importância e pelo modo, os ensinamentos se tornaram inesquecíveis.
Em 1998 deixei a Progresso. Me lembro bem do dia que fui comunicar minha saída. Ele mal quis ouvir. Não deixou que eu justificasse e ficou nitidamente desapontado. Anos mais tarde, confessaria ter se sentido traído. Do mesmo jeito que demonstrava um carinho enorme a cada vitória profissional obtida por mim. Se referia a mim com orgulho de ter sido meu "professor". E foi. Um dos, pra não cometer injustiça com tantos outros que me emprestaram sabedoria. Nossos encontros eram cercados de cuidados. Como um pai preocupado com um filho. E eu me sentia acolhido pela preocupação dele.
Nesse dia 21 de fevereiro, o rádio perdeu um pouco da sua graça. E eu perdi um dos cuidados. Vai ser difícil esperar por uma curiosa pergunta de "você está bem, meu filho?". Vai fazer falta a necessidade de demonstrar que me ensinou boa parte do que sei. Wellington Oliveira nos deixa e parece duro aceitar tudo isso. Mas sou um privilegiado. Conviver e aprender com ele me fez uma pessoa melhor. Deus o levou, talvez porque as aulas ministradas por ele, já tinham acabado.
Obrigado, "Zé"!!
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