terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Falta de dinheiro prejudica obras do Estado no Cariri


As frequentes medidas de economia do Governo do Estado no triângulo Crajubar têm prejudicado as comunidades locais. Alteração

em projetos de infraestrutura e abandono de medidas de combate à seca chamam a atenção da população pela possibilidade de prejuízos materiais e o comprometimento no abastecimento de água.

Recentemente, o Governo Camilo Santana (PT) foi acusado, pelos servidores do Hospital Regional do Cariri (HRC), de reduzir atendimentos, atrasar salários e comprometer a manutenção. Os depoimentos revelaram um rombo de R$ 40 milhões nas contas do HRC, o que pode levar a suspensão de serviços dentro da unidade.

Duas novas denúncias apontam a não finalização de investimentos já iniciados no Cariri. A ordem seria diminuir custos para não expor a situação caótica do caixa do Estado. Em um dos casos denunciados, a construção da estrada que liga a Rodovia CE-293 ao Sítio Barro Branco, em Barbalha, está causando revolta na população, pelas possíveis alterações no projeto original.

Segundo um dos moradores do local, o senhor Antônio Luciano Nogueira, conhecido como Piu Piu Construtor, que é especialista em construção, houve um aumento drástico do nível da estrada, sem qualquer obra de drenagem. Ele explica que seria necessária a retirada do material orgânico para depois fazer o aterro com materiais inorgânicos e facilitar a compactação.

No local, não foi feita qualquer retirada do material orgânico, aumentando o nível da estrada em pelo menos 70 centímetros. “Não encontro outra explicação, a não ser a redução de custos. Colocar aterro é bem mais barato do que cavar para depois aterrar”, denuncia Antônio Luciano, destacando que a obra ficará mais barata em cerca de 50%, economizando tempo e dinheiro.

Marcado para iniciar no sábado (13), o trabalho de asfaltamento teve resistência dos moradores, que fizeram manifestação e prometem levar o caso à Justiça. No local, não existe placa com informações

sobre a obra e nenhum dos responsáveis pelo canteiro quis se  pronunciar.

O vereador André Feitosa avalia que a estrada é bem vinda e que a comunidade necessita do benefício. Mas, observa que, como está, a construção pode causar transtornos para a população que reside às suas margens. Para ele, esse ponto precisa ser levado em consideração. André prometeu levar o caso à Câmara e ao Ministério

Público do Estado

O senhor Antônio Luciano disse ter sondado os funcionários da Construtora Coral, responsável pela construção, e ouviu que a empresa está fazendo o que pode, pois o dinheiro não vai dar para fazer a obra. A estrada fica próxima à Usina Cariri, outro empreendimento do Governo do Estado paralisado por falta de recurso.

Combate à seca

Outra manifestação popular aconteceu no Sítio Minguiriba, em Crato. Na denúncia, a população acusa o Governo do Estado de descaso e abandono da comunidade. Sem qualquer justificativa, houve a paralisação na perfuração de um poço profundo.

Na tarde da sexta-feira (12), as máquinas seriam removidas do local, mas a retirada foi impedida por populares. O poço tem previsão de cerca de 150 metros e se encontra apenas com 60 metros. Os funcionários que foram retirar o equipamento, falam em falta de dinheiro e interferência política.

Segundo agendamento, após a conclusão na Minguiriba, o equipamento teria como destino o Assentamento 10 de Abril, também no Crato. Mas, há uma previsão de que o equipamento não chegue à comunidade.

A Operação de Combate à Seca é coordenada pelo Governo do Estado, através da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra). Ninguém se manifestou sobre a ordem para a retirada das máquinas.

Jornal do Cariri

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