O setor de nefrologia do Hospital Regional do Cariri, da rede pública do Governo do Estado, tem uma rotina de trabalho bem movimentada. Desde abril de 2011, quando o HRC abriu as portas para atendimento à população, cerca de 15 mil sessões de hemodiálise já foram realizadas em pacientes com Insuficiência Renal Aguda, que sofrem perda súbita da capacidade dos rins de filtrarem resíduos, sais e líquidos do sangue, uma doença que pode ser fatal se não tratada em tempo hábil.
O HRC conta com sete máquinas de hemodiálise. No atendimento especializado, são três médicos nefrologistas, enfermeiros e técnicos. O uso da tecnologia no interior do Estado aumentou as chances de sobrevivência dos pacientes e a qualidade de vida. “No passado não havia serviço específico de hemodiálise intra-hospitalar na região do Cariri. Com a chegada do HRC, com seus 35 leitos de UTI e emergência de portas abertas, foi imperiosa a organização de um serviço como esse”, diz o médico nefrologista, Gustavo Martins.
Por mês, o HRC chega a realizar 300 sessões de hemodiálise, em média. Por ser um equipamento portátil, que vai até o leito onde o paciente está internado, as sessões que duram em média 4 horas são feitas inclusive dentro da UTI, proporcionando um maior conforto para pacientes e familiares, como foi o caso da estudante Suedna Pereira da Silva, de 17 anos, moradora da cidade de Quixelô, a 112 quilômetros de Juazeiro do Norte. A jovem foi transferida do hospital regional de Iguatu para o HRC no dia 19 de janeiro em estado grave, segundo a mãe dela, Rosa Maria Pereira de Oliveira.
Ela é portadora de uma doença renal prévia (Lupus) e com agravante de um edema no pulmão. Durante quase um mês, ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde recebeu todo o atendimento necessário, incluindo sessões de hemodiálise. “Eu considero que a minha filha é um milagre de Deus. Ela chegou aqui no hospital com poucas chances de vida, os médicos me explicaram o quadro dela e disseram que estavam fazendo o possível”, afirma.
“Hoje, apesar de ainda estarmos no hospital, Suedna já recebeu alta da UTI e se Deus nos permitir, daqui, iremos para casa. Tenho certeza de que se não fosse por Deus, e por ela estar num hospital como esse, com toda essa estrutura e a atenção dos médicos para dar a ela todo o atendimento necessário, como a hemodiálise no próprio leito, minha filha não estaria mais entre nós”, diz a agricultora e mãe da paciente, Rosa Maria.
E o primeiro passo após sair do hospital, Suedna já sabe bem qual será: “Voltar a estudar e passar no vestibular para Informática”, diz a jovem. A satisfação é sentida também pela equipe médica. “É extremamente gratificante para um médico nefrologista poder diagnosticar e tratar, em tempo, com auxílio de laboratório e equipamentos de última geração, uma doença tão prevalente no ambiente hospitalar. Com o tratamento realizado a tempo, a chance de recuperação dos pacientes enfermos é muito maior”, ressalta o nefrologista.
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