quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Miriam Leitão se mostra esperançosa sobre o País

Para a jornalista, as crises anteriores deixaram lições e exemplos ( Foto: André Costa )
Juazeiro do Norte. "O Brasil parou de crescer, mas não parou de mudar. Este não é um país que fica muito tempo em recessão", afirmou a jornalista econômica, Miriam Leitão, durante palestra proferida, na tarde de ontem (03), com o tema "Tempos extremos - Perspectivas para a Economia do Brasil", no Fórum Ideias em Debate Especial Cariri, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). O evento reuniu cerca de 280 empresários, políticos, economistas e diretores ligados à Fiec.
Durante quase duas horas, a jornalista palestrou sobre a conjuntura política e econômica do País. Para Miriam, o Brasil vive um raro momento, a chamado "crise gêmea", isto é, "a economia está fragilizada, ao passo em que a política enfrenta profundo descrédito, dificultando os meios para sair da recessão e voltar a crescer".
Ela lembrou, no entanto, que o Brasil nunca enfrentou longos períodos de recessão, "como aconteceu, por exemplo, na Argentina". "Nos últimos 35 anos, apenas em sete o Brasil fechou em recessão, o que mostra que temos, sim, plena condição de superar esse momento. Mas, para sair das dificuldades é preciso saber onde estão os problemas e saber atacá-los de forma correta, o que não vem acontecendo", acrescentou.
Superação
Mirian Leitão observou que as "crises do passado" deixaram, além de lições, exemplos de que todo momento adverso pode ser superado. Apesar dos dois últimos anos com a Economia em baixa, a jornalista acredita que é possível voltar a crescer, "sem golpes, mas pautado na democracia, como foi quando superamos a ditadura".
"Não temos que temer nada, o Brasil possui inúmeras riquezas e uma sociedade que passou a se preocupar com as causas sociais, com a pobreza, com a desigualdade, o que não acontecia antigamente. Entretanto, temos que amadurecer ainda mais, entender as novas culturas, as novas mudanças e pensar sobre escolhas a serem feitas, olhar para os erros e conhecer bem onde queremos chegar", pontuou.
Miriam Leitão destacou que "o Brasil já passou por momentos de recessão, de crises, de hiperinflação e sempre soube superar. Os jovens de hoje não têm noção de como foi viver com uma inflação que estava completamente descontrolada. Teve momentos em que o País pensou que ia viver daquela forma para sempre, com inflação de 5.000% ao ano. E a gente conseguiu derrubar isso no Plano Real e criar as bases para um novo padrão de organização para a Economia".
Cariri em alta
O presidente da Fiec, Beto Studart, destacou a importância do Cariri e da força de trabalho da região para a Economia do Ceará, correspondendo a 6,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. "O setor industrial é responsável por 30% da mão-de-obra dos municípios Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, empregando cerca de 6% dos trabalhadores do Ceará e 7% da indústria no Estado. São mais de 27 mil trabalhadores atuando na indústria no Cariri", ponderou.
O representante regional do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon) na região do Cariri, Felipe Neri, destacou que "a localização do Cariri, o polo educacional e o turismo fazem da região uma das mais promissoras para os negócios".
Para Miriam Leitão, "Juazeiro do Norte soube identificar bem suas vocações e apostar nelas para o desenvolvimento, uma delas, mas não a única, é o turismo religioso". A jornalista especializada em Economia avaliou, ainda, que este deveria ser o modelo a ser adotado por municípios e Estados para manter o crescimento, mesmo diante da crise.
Fórum
O Fórum Ideias em Debate tem o objetivo de fomentar reflexões sobre de temas relevantes e ampliar o conhecimento e mobilização de industriais de todos os setores. A iniciativa prevê uma série de palestras com personalidades de diversas áreas para trazer informações atualizadas, visando o fortalecimento do setor produtivo e desenvolvimento de toda a sociedade.

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