sábado, 27 de fevereiro de 2016

PT ataca ajuste de Dilma e propõe volta à política econômica de Lula

 O PT atacou o ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff e propôs nesta sexta-feira (26) um "programa nacional de emergência" para mudar a política econômica. O texto, aprovado pelo diretório nacional do partido, pede a redução dos juros, o aumento do gasto público e o uso das reservas cambiaispara financiar obras.
 
Os petistas também defenderam um reajuste de 20% no Bolsa Família e a elevação deimpostos sobre os mais ricos. "A lógica das propostas é retomar o núcleo da política econômica do governo Lula", resumiu o presidente do partido, Rui Falcão.
 
O programa petista faz duras críticas à política econômica adotada após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014. O texto diz que o ajuste fiscal "não teve os resultados esperados, ao menos no que diz respeito aos interesses das camadas populares".
 
Para taxar os mais ricos, o PT propôs o aumento dos impostos sobre herança e grandes fortunas, a tributação de lucros e dividendos e a cobrança de IPVA sobre iates e aviões. Numa rara concordância com o governo, o partido também defendeu a recriação da CPMF.
 
Nos debates internos, houve críticas ao ministro Nelson Barbosa (Fazenda), que substituiu Joaquim Levy em dezembro do ano passado.
 
Mal-estar
 
Os petistas se queixaram da possível ausência de Dilma no 36º aniversário do PT, neste sábado. Ela está no Chile e até a publicação deste texto não havia confirmado presença na festa da sigla.
 
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) reclamou do aval do Planalto às mudanças na lei do pré-sal, aprovadas pelo Senado na quarta-feira (24). "A Dilma está querendo se distanciar do PT. É um movimento consciente", afirmou. A direção do PT tentou contemporizar. Ao abrir o debate, Falcão pediu moderação nas críticas ao Planalto.
 
O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) disse que a posição de Dilma sobre o pré-sal nunca mudou e que o governo vai trabalhar para que a exclusividade da Petrobras seja mantida na Câmara.

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