sexta-feira, 4 de março de 2016

Cid vai cobrar do PT reciprocidade

O ex-governador Cid Gomes, em entrevista ao Diário do Nordeste, disse que aguarda reciprocidade do Partido dos Trabalhadores (PT), em Fortaleza, quanto ao apoio à candidatura do prefeito Roberto Cláudio à reeleição. O líder político afirmou que em 2014 seu grupo apoiou a presidente Dilma Rousseff, que foi reeleita, e lançou um petista ao Palácio da Abolição, contribuindo para eleger o primeiro governador da sigla no Ceará.
Na ocasião, ainda no PSB, o grupo político de Cid Gomes tinha alguns nomes colocados na mesa para disputar o Governo do Estado. No entanto, contrariando, inclusive, seus correligionários, Cid e alguns liderados resolveram apoiar Camilo Santana, que se consagrou governador do Estado. O ex-chefe do Executivo Estadual disse ainda que não se cogita levar Santana para o PDT, visto que o projeto de seu grupo para o Ceará é multipartidário, onde diversas legendas estão integradas.
"Procuramos respeitar os filiados do PT, e não cogitamos atrair ninguém de lá para o PDT. Agora, nós apoiamos, aqui no Ceará, nas eleições passadas, a candidatura da Dilma, do PT. Apoiamos o Camilo, que é do PT, e temos, além do Roberto Cláudio, vários candidatos do PDT à reeleição e esperamos reciprocidade", disse Cid Gomes.
Segundo ele, a aliança não pode ser feita apenas por um partido apoiando um outro. "Somos maior que o PT, e esperamos apoio do partido, inclusive, em Fortaleza. Entendemos o processo interno, mas achamos justo pleitearmos isso. E vamos ponderar essa situação em nível nacional. Queremos do PT de Fortaleza o apoio à candidatura de Roberto Cláudio". O ex-governador afirmou ao Diário que ainda tem tempo para negociar com a executiva nacional do Partido dos Trabalhadores, o que deve ser consolidado após os encontros regionais que serão feitos ao longo do mês de março.
Conforme informou, haverá um diálogo com todos os partidos aliados, e no caso do PT a conversa se seguirá em nível nacional. "Prestamos apoio à Dilma e ao Camilo, e, certamente, o PT vai querer nosso apoio em algumas capitais e até em cidades do Ceará, e vamos tratar dessa questão. Respeitamos as divergências, os segmentos do PT, mas queremos reciprocidade.
Mudanças
Os irmãos Ferreira Gomes, além da força política são conhecidos por já terem passado por mais de meia dúzia de partidos nos últimos anos. Com essas frequentes mudanças, tanto Ciro quanto Cid acabam levando consigo um número considerável de apoiadores resultando assim no esvaziamento de siglas que, de repente, desaparecem no Estado.
Foi o que aconteceu em 2013 com o Partido Socialista Brasileiro (PSB), que de maior legenda no Estado, praticante, deixou de existir, embora aos poucos venha tentando se reerguer. Agora, dois anos e cinco meses depois, o Partido Republicano da Ordem Social (PROS) é o grêmio que sofre o esvaziamento.
Cid foi filiado ao PMDB de 1983 a 1988, saindo para se filiar ao PSDB, onde ficou até 1996. Em seguida, ingressou no PPS e logo depois no PSB, partido em que mais tempo permaneceu, uma década. Depois de entrar no PROS, ficou menos de dois anos, e desde o final de 2015 está no PDT.
"Somos coerentes na nossa posição progressista de centro esquerda, independente de partido. Os partidos são cartórios, não praticam a democracia interna. Não nos resta outra alternativa a não ser sair". Cid ressaltou ainda que a maior parte de sua saída dos partidos não teve como objetivo se aproximar do poder, mas ir para a oposição. "Tenho a consciência tranquila quanto a isso. Concorri no Ceará como oposição. O Ciro concorreu como oposição a presidente, e, provavelmente, vai concorrer agora em oposição. Nossa saída dos partidos é por coerência da nossa ideologia".

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