sexta-feira, 25 de março de 2016

Horizonte e Canindé lideram criação de vagas formais no CE

Dos 64 municípios cearenses com mais de 30 mil habitantes, 19 apresentaram saldo positivo na geração de emprego com carteira assinada em fevereiro. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Horizonte, com o aumento de 142 vagas formais, foi o município que apresentou o melhor saldo, seguido por Canindé (126) e Itapajé (121). Por outro lado, Sobral registrou a maior perda de empregos celetistas, com a redução de 646 postos, seguido por Aracati (-561) e Maracanaú (-561).
Em todo o Estado, foram eliminados 4.171 empregos formais em fevereiro, o que representou uma diminuição de 0,35% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada de janeiro. Esse foi o pior resultado para o mês de fevereiro desde 2003. Em fevereiro de 2015, que até então havia registrado a maior perda para o mês, a redução foi de 2.027 vagas formais. Já a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) registrou recuo de 1.755 empregos formais em fevereiro, o que representou uma queda de 0,20%.
Apesar do resultado, diminuiu a intensidade da perda de empregos com carteira assinada em relação a janeiro deste ano, quando foram eliminados 8.146 postos formais, representando uma redução de 0,68% na comparação com o estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior.
Somados os resultados de janeiro e fevereiro, incluindo também as informações declaradas fora do prazo, o Ceará registrou uma perda de 12.457 vagas formais no primeiro bimestre deste ano, com retração de 1,04%. E no acumulado dos últimos 12 meses, o Caged verificou uma redução de 3,17% no nível de emprego formal, o que representa a perda de 38.790 postos de trabalho com carteira assinada.
O supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Reginaldo Aguiar, diz que o resultado não surpreende, uma vez que o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará caiu 3,48% do em 2015. "Além disso, de janeiro a abril, o mercado de trabalho é pouco aquecido, com crise ou sem crise. É só depois de maio que o mercado de trabalho começa a crescer", diz.
Segundo Aguiar, a tendência é que saldo de empregos formais comece e se recuperar nos próximos meses. "As contratações já diminuíram muito, e isso não deve caracterizar uma crise maior do que a que já se tem", afirma.
Construção civil em alta
Dos oito setores analisados pelo Caged, apenas o da construção civil (+1.166 vagas) e o de serviços (+5) tiveram aumento de postos formais em fevereiro. O resultado negativo foi puxado pela redução de empregos nos setores do comércio (-2.057), da indústria de transformação (-2.037), da agropecuária (-1.018) e de serviços industriais de utilidade pública (-233). Com relação ao comércio e à construção civil, Aguiar destaca que são os setores que apresentam os maiores níveis de rotatividade no mercado de trabalho brasileiro. "No Ceará não é diferente e, sendo assim, esses são os setores que apresentam o maior número de demissões e contratações, independentemente do momento", observa. Em janeiro, por exemplo, o setor da construção civil havia registrado um saldo negativo de 1.246 postos.
Em números absolutos, os municípios que mais contrataram trabalhadores com carteira assinada foram Fortaleza (19.733), Maracanaú (1.515), Juazeiro do Norte (1.164) e Caucaia (1.008). Enquanto os que mais registraram o maior número de demissões foram Fortaleza (20.071), Maracanaú (1.964), Sobral (1.571) e Eusébio (1.301), respectivamente.
Brasil
Em fevereiro, conforme o Caged, o mercado de trabalho brasileiro fechou 104.582 vagas formais, sendo o pior resultado já registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1992. Em fevereiro do ano passado, foram fechados 2.415 postos de trabalho. O número segue a tendência de queda iniciada em abril do ano passado. Em relação a janeiro, quando 99.964 vagas foram fechadas, o saldo representa piora de 0,26%.
Dos oito setores analisados, sete demitiram mais do que empregaram em fevereiro, sendo a maior queda registrada no comércio, que cortou 55.520 vagas formais. A indústria de transformação foi a segunda mais afetada (-26.187 postos), seguida pela construção civil (-17.152) e pelos serviços (-9.189). A administração pública foi o único setor que apresentou um saldo positivo, com abertura de 8.583 empregos.
Embora na média o País tenha fechado mais vagas do que aberto, as regiões Sul (+8.813) e Centro-Oeste (+4.659) registraram saldo positivo de empregos formais, na esteira do bom desempenho dos setores de ensino, agropecuária e indústria da borracha e do fumo.
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