Para Ciro, Lula não tem chances de reaglutinar a base alidada da presidente e sua chegada ao governo acelerou a construção de um consenso que não existia. Questionado se o ex-presidente é culpado pela crise por voltar ao governo ou pela composição política que articulou, o pedetista afirma que as duas situações contribuíram.
“As duas coisas. Montar uma aliança política, loteando o governo, sabendo que o cara vai roubar. A última vez que eu conversei com ele sobre esse tipo de assunto e me afastei foi quando ele decidiu nomear um cara do Eduardo Cunha para Furnas. E agora essa loucura de inventar de vir para o governo, confundindo República com coisa particular”, afirmou.
“Dilma está cometendo três gravíssimos erros”, avalia Ciro
Na entrevista ao periódico paulista, o ex-governador avaliou o atual cenário como uma “marcha de insensatez” que começou com a nomeação de Lula para a Casa Civil e está ladeado pela atuação do juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava-Jato, e pelas decisões do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Começa com essa desbaratada ideia de trazer o Lula para dentro do governo. De outro lado, você tem um juiz que é importantíssimo para o Brasil: a obra do juiz (Sérgio) Moro é muito importante, será referência histórica se ele não jogar isso tudo fora. De outro, temos um ministro do Supremo Tribunal Federal, que é o ministro Gilmar Mendes, que fica ao descuidado daquilo que é a ultima saída dos brasileiros que pensamos com equilíbrio, que é a confiança de que o Supremo vai corrigir essa marcha da insensatez”, disse.
Sobre o papel de Dilma neste cenário, Ciro Gomes afirmou que a presidente está cometendo três erros gravíssimos. São estes: a “ruinosa administração da economia”, “falha nas projeções dos sinais de decência da coisa pública” e “destruição da esperança da sociedade, que foi construída nos últimos 12 anos por coisas práticas”.
Articulação do PMDB e PSDB
Ciro Gomes revelou que esteve reunido com a presidente nesta semana e a mandatária pediu a sua ajuda para barrar o impeachment. O ex-ministro afirmou ainda que a queda de Dilma Rousseff é “a ruptura da democracia e o nascimento de um governo ilegítimo”. Acerca da articulação que está sendo feita pelos partidos PSDB e PMDB, Ciro alegou que eles estão tentando, dentre outros itens, acabar com a Operação Lava-Jato.
“A democracia precisa saber que o (procurador-geral da República, Rodrigo) Janot conseguiu mil contas na Suíça de políticos de tudo que é de partido. Eles estão fazendo jantares em Brasília e conversando explicitamente que é preciso acelerar o impeachment, derrubar a Dilma e sinalizar que a Lava-Jato concluiu sua finalidade e está na hora de encerrá-la”, afirmou.
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