quinta-feira, 24 de março de 2016

Produção de peixe cai em algumas regiões


Camocim/Beberibe/Jaguaribara. Um dos maiores fornecedores de pescado marinho no Estado, Camocim, no Litoral Oeste, mais uma vez reforça o trabalho para garantir que não falte o peixe da Semana Santa. A atividade, que se divide em artesanal e industrial, conta com pouco mais de 300 embarcações e cerca de 2.400 homens que permanecem em alto-mar por cerca de 15 dias, enfrentando todo tipo de condição climática.
Depois, o peixe segue para as mãos de atravessadores que o negociam num dos cerca de 30 pesqueiros da cidade. A pesca artesanal responde por até 100 toneladas do que é negociado mensalmente no mercado interno, regional e que segue para a Capital. Já no que diz respeito ao produto industrializado, cerca de 150 toneladas saem de Camocim todos os meses para abastecer outros mercados; principalmente restaurantes.
O setor pesqueiro de Camocim fornece 30 espécies diferentes. Na lista dos mais comuns, com grande demanda no mercado interno, estão a guarajuba, pescada, sarau e ariacó, comercializados entre R$ 6 e R$ 8 o quilo, para revenda. Os considerados nobres, como o robalo e o badejo, saem por até R$ 16.
"Estamos vivendo um bom momento para a pesca em Camocim por conta da quadra chuvosa. Os pescadores que fazem uso de pequenas embarcações receberam do Município, em 2014, 96 novos motores para ajudar em sua locomoção. No ano passado tivemos aumento de 30% da pesca local, que se mantém neste patamar para a Semana Santa", disse o secretário municipal de Pesca, Agricultura e Recursos Hídricos, Francisco José Rodrigues. Francisco Xavier Filho, presidente da Colônia de Pescadores do Município, também comemora os bons números da produção: "A nossa produção tem se mantido num bom nível para o período".
Outra realidade
Em algumas comunidades pesqueiras a realidade não tem sido das melhores. Em Beberibe, no Litoral Leste cearense, a pré Semana Santa não tem sido satisfatória para os pescadores. Segundo o coordenador de campanha do Programa de Pesca da comunidade da Prainha do Canto Verde, Lindomar Fernandes, o volume tem dado apenas para o consumo das populações de Beberibe e parte de Aracati. "Não está sendo uma semana boa de peixe", lamenta. Os preços do quilo de espécies como guarajuba, cavala, serra, cioba, gaiuba e ariacó varia de R$ 9 a R$ 20.
Água doce
Em Jaguaribara, onde a tilápia criada em tanques-rede no Açude Castanhão costuma ter sua produção ampliada para Semana Santa, a situação também não anima os piscicultores. Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Tilápia da Barragem Castanhão (Acritica), Edivando Feitosa, em épocas normais, a produção da associação para a Semana Santa chegava a 400 toneladas. Com as constantes perdas de pescado em decorrência do baixo volume do açude, neste ano, a produção não chegou a 150 toneladas. "Mal está dando para tirar os custos", conta. A produção do Castanhão abastece municípios de Beberibe, São Sebastião, entre outras cidades. Em épocas de boa produção, o peixe seguia para cidades do Rio Grande do Norte e Paraíba.
Segundo a Secretaria da Agricultura, Pesca e Aquicultura do Estado (Seapa), o Ceará é o terceiro do País em produção de peixe em cativeiro. A produção tem se mantido estável, com tilápias em águas continentais.
Mais informações:
Secretaria da Agricultura, Pesca e Aquicultura do Estado
Telefone: (85) 3241-0114

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