sábado, 28 de maio de 2016

Audiência pública, em Juazeiro, debate o uso do pau-de-arara durante as romarias

Audiência pública, em Juazeiro, debate o uso do pau-de-arara durante as romarias


Juazeiro do Norte. Policiais Rodoviários Federais e representantes religiosos deste município e da cidade de Canindé realizaram hoje (27) a primeira audiência pública para tratar sobre a segurança no transporte dos romeiros durante as romarias que terão início em 20 de julho. O assunto é polêmico e ganhou força no ano passado com a intensificação da fiscalização por parte dos órgãos responsáveis.
Em outubro do ano passado, a Romaria de Finados, em Juazeiro, ficou marcada por uma série de manifestações após alguns ônibus e topiques terem sido apreendidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Dois meses depois, o Governador do Estado, Camilo Santana (PT) anunciou um acordo firmado com os responsáveis pela fiscalização nas estradas estaduais para liberação dos “paus-de-arara”, tradicional meio de transporte utilizado pela grande maioria dos devotos durante os eventos religiosos no Ceará.
Entretanto, na audiência desta manhã, realizada no auditório do SESC, o superintendente da PRF-CE, Stênio Pires ressaltou que, apesar de ser um assunto delicado, “há uma lei que proíbe o transporte de passageiros em caminhões pau-de-arara”. Ainda conforme o policial, “a lei será cumprida e deve-se levar em consideração, também, a segurança da vida”. Segundo destacou, “os maiores acidentes da história nas rodovias no Brasil envolvem romeiros”. Em um dos acidentes, acrescentou Stênio, “mais de 60 pessoas morreram”.
Para o coordenador pastoral de romarias, José Carlos da Silva, o “romeiro deve ter a liberdade de escolher o meio de transporte que ele virá à Juazeiro, contando que seja com segurança e condições adequadas”. Enquanto o impasse não é resolvido, a Pastoral de Romaria de Juazeiro enviou um documento ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) a liberação da utilização do pau-de-arara.
Para o prefeito de Juazeiro, Raimundo Macedo (PMDB), a romaria de finados do ano passado teve redução no número de romeiros por conta “das intensas fiscalizações”. O pároco da Basílica de Nossa Senhora das Dores, Padre Cícero José da Silva, discorda. “O romeiro sempre encontrará um meio de vir louvar a Deus”.
 Diário Cariri / Foto: André Costa

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