Juazeiro do Norte. Cerca de cinco mil pessoas participaram na manhã deste domingo (1º) da tradicional Caminhada da Fraternidade reuniu. O evento realizado há 26 anos aborda reivindicações por melhores condições de trabalho e salariais e manifestações cristãs. A edição deste ano celebra o tema “Casa Comum, nossa Responsabilidade” e o lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”.
Os participantes saíram a pé, por volta das 4 horas da igreja São Francisco, no bairro Pinto Madeira, em Crato, e percorreram cerca de 15 km até o Santuário dos Franciscanos, no bairro de mesmo nome em Juazeiro. Durante todo o percurso, os participantes seguiram cantando, orando e levando faixas e cartazes.
Para o Padre Vileci Basílio Vidal, coordenador diocesano de Pastoral da Diocese de Crato e um dos organizadores do evento, a Caminhada consegue contemplar questões sociais e religiosas além de “confraternizar a data do trabalhador de uma forma diferente, com oração e alegria, mas sem esquecer os problemas diários enfrentados pelos trabalhadores”.
ProblemasO vigário destacou ainda “o saneamento básico precário em inúmeras cidades que acaba prejudicando as condições de saúde do trabalhador” e lamentou o crescente desemprego na região. “O Cariri infelizmente também sofre os efeitos da crise. O desemprego não é só aqui, mas em todo o Brasil”, disse. Só no triângulo Crajubar (Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha), nos últimos 12 meses foram 1.433 demissões, conforme levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Desempregado há seis meses, o motorista Bruno Felipe Silva, 31, avalia que as ofertas estão difíceis mesmo para aqueles que possuem qualificação e diz que, apesar da dificuldade na reinserção no mercado de trabalho, “não perde a esperança”. “Hoje não venho para protestar, e sim para orar e pedir a Deus que as portas voltem a se abrir”, completou.
ReduçãoParticipante da Caminhada há seis anos, o comerciante Antônio Carlos Justino, 61, observa que a cada edição o número de pessoas tem diminuído. “Esse ano tem bem menos pessoas do que no ano passado, e assim tem sido ano após ano. Mas é natural, o desemprego está alto, as pessoas estão desmotivadas e com dificuldade de sustentar as famílias. Há pouco o que comemorar”, pondera.
Em contrapartida, a estudante Naiara Bezerra, 29, lembra que “é exatamente nesses momentos de dificuldade que as pessoas devem sair às ruas para se manifestarem, lutarem pela criação de novas vagas de emprego e melhores condições de trabalho”.
Acolhida
Após percorrerem o trajeto de quase quatro horas, os participantes foram recebidos no Santuário dos Franciscanos com um café comunitário festivo. No local também ocorreu à bênção do trabalhador.
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