terça-feira, 3 de maio de 2016

Eleições impõem novos desafios aos partidos

 Faltando cinco meses para eleições municipais, partidos e candidatos a prefeito ainda não sabem ao certo como encarar uma disputa em um contexto diferenciado dos pleitos anteriores. De um lado, há a instabilidade política, com possibilidade de troca de presidente da República, fator que pode interferir nas alianças regionais. Outro desafio que os dirigentes partidários admitem não saber ainda como lidar é a proibição de doações de empresas às campanhas eleitorais.

O presidente estadual do PT, De Assis Diniz, explica que o grêmio discute estratégias para encarar desafios eleitorais dos próximos meses. O petista alega que a agremiação quer investir na fiscalização aos gastos dos candidatos, atentando para eventuais atos ilícitos dos postulantes, como o caixa dois, que são verbas não declaradas. "O PT está fazendo seminários para qualificar a militância a fiscalizar eventuais abusos de poder econômico nas eleições", informou De Assis.
O dirigente admite que a crise política nacional deve pautar as ações do partido em âmbito local. "No pós-impeachment, lá pelo dia 11 ou 12, é provável que tenhamos um quadro de revolta nas ruas em diversos setores da sociedade. A eleição estará contaminada por esse aspecto".
Ele diz que a militância petista está mais atuante nos últimos meses em resposta ao patamar que a crise política nacional tem alcançado. "O que podemos dizer é que temos uma militância qualificada, que respondeu ao chamado do partido", salienta.
Conturbado
O petista confirma que a tese provável em Fortaleza é de candidatura própria do PT a prefeito. Entretanto, pondera que, diante do clima conturbado na política nacional, há chance de reviravoltas. "Se eu dissesse que temos uma decisão fechada (sobre candidatura do PT em Fortaleza), estaria desconsiderando uma conjuntura explosiva como a que estamos vivendo", disse.
O vice-presidente do PMDB Ceará, Gaudêncio Lucena, alega que o PMDB não encontrou alternativa ao fim das doações de empresas para as campanhas eleitorais. "O histórico de doações de pessoas físicas é insignificante. Nos Estados Unidos existe uma cultura de doações pela internet. O eleitor fica recebendo mensagens de um partido, acompanhando as atividades. Mas isso não existe no Brasil", destaca.
Lucena diz que as doações de pessoas físicas nas campanhas eleitorais não pagam nem "um terço dos gastos com televisão", referindo-se à produção audiovisual para a propaganda eleitoral gratuita. "Esperar que o eleitor vá oferecer participação com recursos é utopia. Por isso, ainda não sabemos como vai ficar".
Adesão
O peemedebista afirma que a sigla está se reunindo com todas as legendas que integraram a coligação da candidatura a governador de Eunício Oliveira em 2014. Acrescenta que o PMDB está otimista quanto à adesão de novos partidos caso seja oficializado que o vice-presidente Michel Temer assumirá interinamente o Governo Federal enquanto a presidente Dilma Rousseff responde a processo de impeachment no Senado Federal.
"Estamos aguardando definição de cenário nacional. Deve ser no dia 12. E isso deve ter um impacto real no cenário local. Pode se formar um novo arco de alianças de partidos que estavam em outras coligações nas últimas eleições. Depois da definição, quando se concretizar o novo governo, o cenário político muda completamente", opina.
O presidente do PR Ceará, Lúcio Alcântara, destaca que o partido está fechando coligação com o PSDB e conversado com o PMDB. "Temos um candidato altamente competitivo, que é o Capitão Wagner. Ele está ouvindo opiniões", alega.
Ele completa que a agremiação tampouco definiu como vai se virar sem financiamento de empresas. "Nosso candidato é uma pessoa modesta de recursos", diz. "Queremos apoio à candidatura a prefeito. Ele já tem apoio do PSDB e esperamos ter do PMDB", reforça.

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