quarta-feira, 25 de maio de 2016

Em conversa gravada, Renan ataca STF e sugere mudança na lei de delação premiada


Renan teve duas conversas gravadas em áudio por Machado
presidente do Senado, Renan Calheiros(PMDB-AL), quer uma mudança na lei de delação premiada para proibir que alguém preso se torne um delator. A afirmação foi feita pelo próprio numa conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. O instituto jurídico é um dos mais importantes para a Operação Lava-Jato.
Renan também afirmou que poderia negociar com membros do Supremo Tribunal Federal (STF) “a transição” da presidente Dilma Rousseff, já afastada do cargo. As informações são da Folha de São Paulo. Na conversa, Renan ainda atacou a decisão do STF de permitir a prisão um réu condenado em segunda instância, tomada no ano passado.
Assim como na conversa de Machado com Romero Jucá, que levou à queda dele como ministro do Planejamento na última segunda-feira (23), o ex-senador cearense propôs um “pacto” para “passar uma borracha no Brasil”. “antes de passar a borracha, precisa fazer três coisas, que alguns do Supremo [inaudível] fazer. Primeiro, não pode fazer delação premiada preso. Primeira coisa. Porque aí você regulamenta a delação”, respondeu Renan.
O presidente do senado e Machado são alvos da Lava-Jato. Prevendo uma prisão iminente, o ex-presidente da Petrobrás gravou pelo menos duas conversas com Renan. Machado atualmente está negociando um acordo de delação premiada.
Além de Renan e Jucá, Machado também teria gravado conversas com o ex-senador e ex-presidente José Sarney.
Janot
Sérgio Machado também insere o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, na conversa. “Ele está querendo me seduzir, porra. [...] Mandando recado”, disse Machado a Renan em referência ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Aécio Neves
Renan disse acreditar que todos os políticos “estão com medo” da Lava-Jato. “Aécio está com medo. [E teria dito:] 'Renan, queria que você visse para mim esse negócio do Delcídio, se tem mais alguma coisa'”, disse, em referência à delação de Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), que fazia citação ao tucano.
Calheiros também afirmou que a delação da empreiteira Odebrecht “vai mostrar as contas”, o que pode se referir à campanha eleitoral de Dilma. Machado disse em resposta que “não escapa ninguém de nenhum partido”. “Do Congresso, se sobrar cinco ou seis, é muito. Governador, nenhum”, acrescentou.
Cunha
O presidente do Senado demosntrou ainda não ter gostado de saber pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA) que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conversou com Michel Temer naquele mês de março.
Dilma e a 'grande mídia'
Em dois momentos, Renan e Machado citam as conversas do senador e de Dilma com a mídia. São citados o diretor de redação da Folha de São Paulo, Otavio Frias Filho; e o vice-presidente Institucional e Editorial do Grupo Globo, João Roberto Marinho. Segundo Renan, Frias reconheceu “exageros” na cobertura da Lava-Jato. Além disso, Marinho teria afirmado a Dilma que havia um “efeito manada” contra seu governo.

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