segunda-feira, 16 de maio de 2016

Obras inacabadas estão ainda sem definição para conclusão

 Icapuí. Na Rua Zé Biru, uma das principais do centro deste Município, uma acalentada unidade escolar, foi erguida, em 2011, e contava com um prazo de 240 dias para ser concluída. Tratava-se da construção da Escola de Educação Infantil, que atenderia uma grande demanda de crianças na etapa de creche e o pré-escolar.
Porém, no entra-e-sai das administrações, do ex-prefeito José Edilson da Silva (PSDB), cassado em 2011, e o ingresso de Jerônimo Reis (PT), a obra está inacabada e sem definição de quando será entregue à população até por pendência jurídica.
Atendimento
O caso ilustra os equipamentos construídos com dinheiro público pelos gestores municipal e estadual e que se encontram interrompidos pela falta de dinheiro, mau planejamento ou suposto uso inadequado da verba pública, o que vem sendo avaliado pelas autoridades competentes. A apreensão de como será o futuro aumenta com a presidência interina e a determinação de reduzir gastos.
De 2011, para cá, não houve nenhuma saída para que os serviços fossem retomados para atender as crianças naquela unidade. No caso da Escola de Educação Infantil, o prefeito Jerônimo Reis garante que até outubro deste ano a obra deverá ser entregue à população.
Mas ele também admite que há uma pendência na Justiça entre a construtora que iniciou o trabalho e que alega não ter recebido pelo serviço executado.
Em meio ao conflito, a gestão municipal assegura recursos próprios do caixa do Município para a conclusão dos serviços. "Diante desse impasse, nós conseguimos verbas junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e vamos abrir uma nova licitação, num prazo de 40 a 50 dias", disse o prefeito.
Enquanto isso, continua a briga na Justiça. Jerônimo conta que a obra, que fez parte de um conjunto de serviços, incluindo a coberta do ginásio central e o muro de contenção da Praia da Barrinha.
"Quando assumi a Prefeitura, procurei saber o que realmente a administração era devedora", afirmou o gestor. Ele disse que um parecer emitido por um engenheiro da sua equipe constatou que a coberta não se adequava aos parâmetros técnicos e não reconhecia a dívida com o muro de contenção.
Dos três serviços contratados, a única dívida reconhecida era com relação à escola. No entanto, a construtora recusou o pagamento parcial e recorreu à Justiça, que ainda não julgou todo o processo.
Expectativa
O fato, segundo a moradora Maria Alice Silva, proprietária de uma pousada, é que o não funcionamento do equipamento trouxe prejuízos aos pais, que viviam na expectativa de que a escola pudessem servir aos seus filhos.
"Aqui virou um lugar perigoso. Muita gente usa os compartimentos da escola para práticas reprováveis", disse a comerciante, que ressalta ter um bom relacionamento com a classe política local, daí não entender os descaminhos dados àquela obra em particular. Pessoas residentes nas adjacências e, que preferiram não se identificar, também acusam a ocupação do local por marginais. De modo visível, até sucata de veículos são encontradas nos terrenos baldios vizinhos à unidade escolar.
Para os moradores, isso acaba sendo um foco de criação de mosquitos transmissores de doenças. No tocante ao atendimento de saúde da população, postos e cinco unidades básicas também tiveram seus serviços interrompidos, sendo um desses atrás da escola infantil.
O ex-prefeito de Icapuí, Dedé Teixeira, lamenta que obras importantes para a população de baixa renda estejam paradas. Ele disse confiar no atual gestor para que os equipamentos sejam concluídos e que atendam às necessidades dos que precisam.

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