Duas pessoas foram presas em uma operação do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), através da 6ª Promotoria de Justiça de Juazeiro do Norte e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). Um dos presos é um agente da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce). Eles são suspeitos de participar de um esquema de corrupção e de "grilagem" de terrenos naquele município da região do Cariri.
Os trabalhos tiveram o apoio da Coordenadoria de Operações (Copol), da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).
Segundo as investigações, há ainda policiais civis daquela região envolvidos nos crimes. Conforme o MPCE, os investigados "realizavam costumeiramente cobranças de dívidas para particulares, mediante o pagamento de comissão, valendo-se de seus cargos no Estado para intimidar os inadimplentes".
A operação, batizada de "Perícia Legal", apura desde o ano passado o esquema de corrupção envolvendo os agentes públicos de Juazeiro. Foram presos preventivamente Francisco Antônio Ferreira Barbosa (perito da Pefoce) e Eduardo Jorge Duarte da Silva, também conhecido por "Duinha". O primeiro foi também afastado das funções públicas até o encerramento das investigações. Há outras pessoas que também tiveram prisão decretada mas não foram localizadas ontem.
A 2ª Vara Criminal de Juazeiro do Norte expediu, ainda, nove mandados de busca e apreensão em diversos locais, inclusive na Delegacia de Polícia Civil e no Núcleo da Pefoce de Juazeiro. Além disso, 22 pessoas foram conduzidas coercitivamente para serem ouvidas pelos promotores de Justiça.
Esquema
Conforme o coordenador do Gaeco, Manoel Epaminondas Vasconcelos, o perito facilitava a obtenção de laudos para os envolvidos no esquema.
"A participação deles era tanto no recebimento de dinheiro para beneficiar terceiros como em relação a laudos periciais, no sentido de acelerar um laudo, colocar um laudo em benefício de alguém", explicou.
Acerca dos terrenos, conforme as apurações, apenas um deles fora negociado por cerca de R$ 360 mil. "Os terrenos não foram avaliados. Só vamos ter uma noção melhor de tudo quando o material apreendido for analisado", ressaltou.
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