Sobral. A reunião, nessa quarta-feira (29), entre o prefeito de Sobral, Veveu Arruda; o titular da Delegacia Municipal, João Henrique da Silva Neto; o comandante do Policiamento do Interior (CPI) Norte, Júlio Aquino; e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Sobral, Rafael Ponte, que revelaria de que forma seria tratada a segurança da cidade após o conflito gerado pelo enfrentamento da Polícia contra a suposta manifestação pela paz entre grupos de gangues rivais, realizada na terça-feira (28), em diversos bairros da cidade, que trouxe momentos de insegurança e medo à maioria da população, não trouxe novidades sobre a questão.
Sem novidades
Na coletiva, o grupo não divulgou nenhum plano especial de combate à criminalidade na região, nem falou sobre novas ações a serem realizadas a partir de agora, para impedir que outras manifestações voltem a surgir, gerando mais pânico.
"A situação aqui em Sobral segue sem nenhuma quebra da ordem pública. E, sobre o corrido, a partir do momento em que algumas pessoas quiseram se reunir para fazer uma passeata, e essa passeata deixou de ser ordeira, a Polícia passou a atuar, no que resultou em prisões. A minha vinda à região foi para acrescentar um reforço de ordem humana e de ordem técnica para que seja garantido o estado democrático de direito. Vale ressaltar, que já havíamos previsto aumento do efetivo por conta dos festejos juninos, com cerca de trinta homens, mantendo a mesma prática de abordagens cotidiana", disse o comandante Júlio Aquino, que visitou os bairros onde houve os conflitos.
Durante a ação policial, quando a manifestação passou a ganhar corpo pela divulgação nas redes sociais, por parte dos integrantes, foi observado que muitas das pessoas detidas tinham passagem pela Polícia, inclusive, com mandados de prisão em aberto. Outros também eram foragidos da Justiça. O tumulto, nos bairros Alto do Cristo, Terrenos Novos, Centro, Sinhá Saboia, Padre Palhano, Junco, Vila União, Residencial Nova Caiçara, Gaviões e Pedrinhas, assustou a população que teria buscado apoio policial por meio da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops). "Houve um grande número de chamadas, no momento em que as pessoas se sentiram ameaçadas, mas já contávamos com apoio do BPRaio, do Comando Tático Motorizado (Cotam), e da aeronave do Ciopaer, para conter a situação", acrescentou.
O grupo, composto por 47 adultos e 41 adolescentes, foi autuado por associação criminosa, ameaça, incitação ao crime e desacato. Os maiores também foram autuados por corrupção de menor. Dos 47 adultos capturados, 21 já possuíam antecedentes criminais, sendo a maioria por tráfico de drogas, roubo e homicídios, e 26 não tinham antecedentes criminais. Conforme as investigações, o grupo foi comandado por Natanael Albuquerque Pontes, 22, o "Ceará", que já responde por tentativa de homicídio.
Velhos conhecidos
Para o delegado João Henrique Neto, "todos que foram presos, ou os menores, também apreendidos, continuarão nessa situação, autuados em flagrante, por serem procurados pela Justiça ou por diversos delitos. Cerca de 70% deles já são velhos conhecidos da Polícia. Outros foram trazidos aqui, por portarem armas e ameaçarem a ordem pública, durante a ação dos policiais. Estamos em finalização de inquérito, que será encaminhado à Justiça para os devidos julgamentos, num procedimento demorado, até pelo volume dessas ocorrências. Enquanto isso, os menores ficarão sob responsabilidade da Unidade de Semiliberdade de Sobral, e os demais, permanecerão na Cadeia Pública", afirmou.
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