Vencer na política não é tudo

Uma boa gestão não pode ser apenas garantida pelos acordos políticos, econômicos ou anseios particulares dos atores envolvidos no processo eletivo. Depende do comprometimento unânime, sincero e sustentado das pessoas. Não há no cenário a expressão cada um de nós é uma força, independentemente de partido ou estrato social.

Crato, terra mergulhada em discursos tradicionalistas, esses às vezes carregados de retórica revolucionária, com apelos democráticos... As referencias aos seus mártires, na grande cena esquecem o Padre Cicero que se impôs e construiu com sua liderança uma das imagens mais importantes do Brasil.

As portas de um processo eleitoral os cratenses navegam mais uma vez na escassez de lideranças. Muito embora no último pleito tenha sido uma das cidades que mais tenha ganhado “poder político”; é sabido que o município aporta no palco do poder com: o governador cratense natural, dois deputados na assembleia legislativa, um deputado federal, além de secretários de Estado.

Campo democrático no estado de direito... O Reich também se titulava estado direito - Tremulam bandeiras de uma Phoenix, que sempre estivera mergulhada na base do iceberg... Sem teogonia e sim murmúrios no lastro da não polidez da politicagem,carregada por exemplares que fugidiamente coadjuvam, em todas as eleições. Os agentes públicos, hoje, nos seus cargos possuem mais que direito de defenderem suas plataformas partidárias, sua visão programática. Inspirar-se, hoje, no que campeia o poder político-partidário no país é mais que ironia... Não há
autoridade política que possa discursar ou debater com o povo em Crato nem nas demais 5.569 cidades brasileiras.

Portanto, a soma dos hoje líderes não é racionalmente igual às necessidades do município, nem dos cratenses. Construir uma cultura politica que envolva compreensão dos princípios e respeito pela liberdade, justiça,
democracia, direitos humanos, tolerância, igualdade e solidariedade. Implica uma rejeição, individual e coletiva, do status cor que tem sido parte integrante de agentes, em seus mais variados contextos. O que durante muitos anos se traduz em resposta a diversos tratados já firmados, o que evidencia que soluções devem partir de dentro dos atores locais e não impostas do exterior da sociedade cratense. Uma frente ampla para ressignificar o Crato, inclui sim o governador, como cratense, o deputado federal como filho do torrão também, e os demais agentes que se somam a filhos que se adotaram e que aqui edificaram suas realizações e sonhos.

Cabe ressaltar que não há liderança na ausência de conflitos. As forças locais devem sair do campo da passividade e permissividade da politica externa, sem dinamismo próprio; em síntese, precisam ocupar o espaço vazio, urge a necessidade de se concretizar um projeto não de ocupar o Alexandre Arrais, e, sim impor um caminho de conjugação politica a partir das forças que lhe são visivelmente desconectadas. Em concepção positiva usar da prática do diálogo numa postura democrática o que pressupõe a dinâmica da cooperação planejada e o movimento reflexivo de ocupação dos espaços instituídos e constituídos com explicita ação de justiça.

A participação do governador carece De um aceno para constituição de um poder local, onde o Sul do Estado, através da sua Região Metropolitana passe a influir e de maneira forte e influente induzir, até de forma embrionária o que Sobral tem sido para o Ceará, incluindo, Crato, inclusive sob sua batuta.

Para tanto, implica no esforço para modificar o pensamento e a ação dos políticos no sentido de promover - gestão de conflitos, gestão de politicas públicas. Porém, o sentido do discurso, a ideologia que os alimenta, não podem permear julgamentos preestabelecidos que anunciem quem vai para o campo da disputa sem os valores humanos. É hora de começar a convocar a presença das pessoas e invocar a responsabilidade de cada um... Não de grupos, olhando para o cenário das siglas os candidatos se alistam em qualquer agremiação que matematicamente lhes dê perspectiva de eleição, entre nós, isso é lastimável e decanta o que se propõe em médio prazo ao poder.

Crato, e, suas lideranças devem assumir a maioridade dos seus 252 anos e determinar, através do seu potencial uma nova ordem politica, para que seu valor não fique à margem da estrada, dizendo eu não posso mais ficar aqui a esperar. Notoriamente, o Estado é feito de unicidade. O momento inspira uma alforria de gestão, mediada pela dimensão que cerca o grande Vale do Cariri... Uma cooperação que inclua as adversidades e forças das principais cidades do entorno. Não se pode mais pensar Crato a partir do que lideranças de fora possam chegar e dizer o que bem querem e opinar da forma que lhes for conveniente... Temos um amplo espaço com atores importantes, agentes públicos que devem chamar para si a responsabilidade do processo eletivo e esvaziar de vez discursos oportunistas carregados de pessimismo e revanches em nome do nada o que se segue na assertiva que abre essa reflexão.

Sergio Ribeiro Bastos