Juazeiro do Norte. A construção do Anel Viário, também chamada de Avenida do Contorno, uma das obras mais importantes na área de mobilidade urbana deste Município, no Cariri cearense, está com 30% dos serviços executados. Com investimento superior a R$ 48 milhões, oriundos do governo do Estado, por meio do Banco Mundial (Bird), a edificação tem como principal objetivo desafogar o intenso tráfego em Juazeiro do Norte, além de possibilitar, ao condutor, uma alternativa que não seja a Avenida Padre Cícero, via bastante saturada e que dá acesso ao município Crato e à região Centro-Sul do Estado.
Fluxo
A expectativa é de que, com a conclusão do Anel Viário, problemas relacionados ao tráfego sejam minimizados. Juazeiro do Norte conta atualmente com uma frota superior a 100 mil veículos, conforme dados do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE) e mais de 220 transportes alternativos - vans e ônibus - segundo Departamento Municipal de Trânsito (Demutran).
Em época de romarias, cresce o número de caminhões e ônibus e o fluxo se intensifica, causando congestionamentos ainda maiores nas artérias centrais, complicando o cotidiano da população local.
A ideia é disponibilizar uma rota alternativa que circule por fora do perímetro central. Contudo, para contemplar não somente a área central de Juazeiro, o Anel Viário tem ramificações em dois pontos estratégicos do Município: Avenida Padre Cícero, via de acesso para quem vem do Crato e a Rodovia Padre Cícero, que dá acesso, por exemplo, à Capital do Estado.
O prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Antônio de Macêdo (PMDB), lembra que, ao distribuir o tráfego por uma rota periférica, além de dar maior fluidez ao trânsito, beneficiará locais que até então careciam de melhor infraestrutura.
Ao fim da construção da Avenida do Contorno, serão 8,56Km de pista dupla, perfazendo um total de 17,12Km de rodovia. O projeto prevê, ainda, para cada rolamento, sete metros de largura, com canteiro central, bueiros, ciclovias, passeios acessíveis, iluminação, drenagem, construção de dois viadutos e sinalizações horizontal e vertical. Na avaliação do secretário de Cidades de Juazeiro, Silva Lima, o projeto é considerado indispensável no que se refere à mobilidade urbana.
Em sua avaliação, Juazeiro do Norte tem crescido em ritmo acelerado há muitos anos. Então, aponta, se faz necessária uma série de medidas para que a cidade acompanhe e suporte o desenvolvimento.
"O Anel Viário, portanto, vai beneficiar não só o trânsito, mas a infraestrutura do Município como um todo. Hoje, a cidade possui apenas duas entradas obsoletas, com vias estreitas, o que há muito tempo carecia de investimento para se adequarem à realidade. Com a via, o fluxo terá melhor fluidez e diversas localidades, outrora periféricas, serão urbanizadas, o que vai mudar para melhor a vida de muita gente", pontuou o secretário.
Segundo a Prefeitura de Juazeiro do Norte, a etapa 1, com extensão de 3,4Km, teve início em junho de 2013 e foi concluída no primeiro semestre deste ano. O trecho vai do município de Caririaçu até a ponte que corta do Rio Salgadinho, na entrada da cidade de Juazeiro do Norte. As etapas 2 e 3 tiveram juntas, valor total de R$ 32.886.898,23, com contrato assinado em novembro de 2015, de vigência até maio de 2017.
A etapa 2, com 2,8Km de pista dupla, tem início na Ponte do Rio Salgadinho, seguindo até a ponte sobre a Rua Beatriz Gondim Santana. Já a terceira etapa possui 2,36Km, e segue da Rua Beatriz Gondim Santana até o encontro da Avenida Padre Cícero, na saída do Crato, onde está prevista a construção de um viaduto cruzando a linha férrea, na Avenida Paulo Maia.
Concluída a obra, o Anel Viário terá oito interseções que irão ligar diversos bairros de Juazeiro do Norte. A previsão de inauguração, em sua totalidade, vai até o fim de 2016, com a conclusão de 70%. A obra foi iniciada em 2014 e tinha previsão para ser concluída em 2015. No entanto, devido a impasses nas indenizações das famílias desapropriadas e problemas técnicos na obra, que é financiada pelo Banco Mundial, com execução do governo do Estado, por meio do Projeto Cidades Ceará, houve paralisação de quase um ano, tendo sido retomada no primeiro semestre do ano passado.
Acordos
Segundo a Prefeitura de Juazeiro do Norte, das 107 propriedades desapropriadas, apenas duas passaram pela Justiça. As negociações ficaram na incumbência da Prefeitura. Ao todo, foram gastos R$ 32 mi, referentes a 57 desapropriações. As demais propriedades foram cedidas sem nenhum custo ao governo do Estado, conforme informou a Scidades.
No início, houve problemas técnicos relacionados a falhas no projeto hidrológico. A correção foi feita nos três trechos, sem comprometimento. A nova previsão para entrega da obra, após todos os problemas sanados, é para novembro próximo, conforme prevê o cronograma determinado pelo Banco Mundial. Atualmente, os trabalhos seguem intensificados. Em algumas áreas, já estão quase prontas, ainda restam ser finalizadas as sinalizações vertical e horizontal.
São 241 trabalhadores e 69 máquinas em operação, no entanto, o número não é linear, conforme a Scidades. "Estes números variam de acordo com os serviços a serem executados no momento, podendo acrescer ou diminuir, conforme for a demanda", acrescentou o secretário.
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