Limoeiro do Norte. Como já previsto, o Açude Orós, no Centro Sul do Estado, dará, a partir de hoje - e pelos nos próximos seis meses -, suporte ao Açude Castanhão para a água chegar à Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Na manhã de ontem (20), foi votada na reunião do Comitê de Bacias do Baixo e Médio Jaguaribe a vazão liberada com destino à Capital e como será feita a transferência entre os reservatórios. Moradores do Baixo Jaguaribe ficaram insatisfeitos com as propostas.
O cenário a vigorar neste segundo semestre de 2016, na distribuição de água nas Bacias do Jaguaribe, mostra o Orós liberando uma vazão média de 11,5m³/s para o Rio Jaguaribe até o Açude Castanhão. Dessa vazão, 4m³/s será encaminhado, a partir de hoje, até o mês de setembro. Depois, até janeiro de 2017, a liberação sobe para 16m³/s. Com esse cenário, o Orós atingirá 9,9% de sua capacidade até o fim do período. Atualmente, o reservatório mantém pouco mais 26% da capacidade.
Contando com a água do Orós, o Castanhão irá operar com vazão de 15 m³/s, no intuito de abastecer a RMF, via Eixão e perenizar 100 km do Rio Jaguaribe. Pelo canal, serão liberados 9,5m³/s. A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos espera que um volume de 6,5m³/s chegue até a RMF.
Resistência
Dois cenários estavam em votação: o segundo estimava liberação de 7m³/s, mas sofrendo a resistência de representantes de comitês do Baixo e Médio Jaguaribe, que propunham disponibilizar para Fortaleza 6m³/s. A diretora de operações da Cogerh, Débora Rios, disse que foi buscado um "meio termo" já que, segundo ela, ficaria operacionalmente inviável reportar a vazão de 6m³/s para a RMF.
Para o Rio Jaguaribe, serão encaminhados 5,5m³/s, entretanto este volume irá suprir a necessidade de perenização de 100 km dos 160 km de manancial. As comunidades ribeirinhas questionaram a vazão não chegar até Itaiçaba, sendo restrita apenas a localidade de Sucurujuba, em Quixeré. Sendo assim ficam de fora desse abastecimento as cidades de Jaguaruana, Palhano, Itaiçaba e Aracati, que até ano passado eram abastecida pelo rio Jaguaribe.
Para compensar a redução de oferta hídrica oriunda da bacia do Jaguaribe para Fortaleza, Débora acrescentou que uma série de medidas vêm sendo tomadas para que a RMF utilize sua própria água. Entre as ações, estão a liberação de água do Açude Aracoiaba, onde deve aumentar em 20 milhões de metros cúbicos o sistema metropolitano; o aproveitamento de 25 milhões de metros cúbicos do volume morto do Açude Pacajus com o intuito de utilizar todas as suas reservas, o aproveitamento do sistema Cauípe, para complementar o atendimento da área industrial e da área Oeste de Fortaleza; a transferência da captação do município de Maranguape do Açude Gavião para a Barragem do Maranguapinho e a construção de 42 poços no campo de dunas do Cumbuco e no Pecém.
"Fizemos uma série de cálculos e estudos para que os cenários pudessem atender às principais demandas e aliviar o Vale. Estamos vivendo um momento crítico de pouca oferta hídrica e tentamos chegar a um acordo", ressalvou Débora.
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