domingo, 24 de julho de 2016

Funcionalidades e benefícios do mel

Utilizado pelo homem como alimento e adoçante natural desde a pré-história, o mel - produto natural obtido a partir do néctar das flores, processado e excretado pelas abelhas - possui vários benefícios e funcionalidades comprovadas na saúde. Que o digam os assírios, egípcios e chineses. Eles empregavam o produto para a cicatrização de ferimentos e na cura de doenças intestinais.
De maneira geral, estudos recentes demonstram que o mel é dotado de propriedades antimicrobianas, antivirais, antiparasitária, antioxidante, anti-inflamatória e anticarcinogênica.
Rico em nutrientes
Composto basicamente por carboidratos, sendo uma forma similar ao açúcar de mesa, o mel de abelhas é um energético por natureza, daí seu consumo ser restrito por pessoas diabéticas. Sua composição apresentada alguns minerais, a exemplo do potássio, magnésio, sódio, cálcio, fósforo, ferro, manganês e cobalto.
Entre estes nutrientes, o potássio é o que possui maior quantidade, sendo indicado para manter o equilíbrio da pressão arterial, justifica Emanuel Almeida, pós-graduando em Nutrição e Exercício Físico pela Universidade Estadual do Ceará e membro da equipe de nutrição Manuel Coimbra.
Embora seja reconhecido como um alimento saudável, Fabiana Fontes, especialista em nutrição esportiva, emagrecimento e reeducação alimentar, chama atenção para a importância de verificar a procedência do mel.
Dieta e restrições
Sobre a inclusão do mel na dieta infantil, Emanuel Almeida explica: "É preciso cautela no caso das crianças até aos três anos de idade, uma vez que o sistema digestivo pode ainda não estar completamente desenvolvido e maduro, não sendo capaz de se defender de forma eficaz de corpos estranhos. Há a possibilidade de intoxicações graves com uma bactéria 'Clostridium botulinum', encontrada comumente no mel".
 O mel caseiro ou sem a vedação correta pode desenvolver essa bactéria que causa o botulismo, um tipo de intoxicação alimentar que tende a ser fatal. Também é preciso evitar o produto que não seja certificado ou esteja em latas estufadas e conservas (que soltam gás quando abertas), além de observar se o produto tem o selo de qualidade do Serviço de Inspeção Federal.
O consumo excessivo de qualquer tipo de açúcar faz mal à saúde. "Atenção para o mel industrializado uma vez que é obtido por meio da glicose de milho, produto que passa por diversas modificações químicas até chegar à forma líquida. Esse açúcar não apresenta nenhum valor nutricional e é visto com um dos vilões da obesidade adulta e infantil", diz Emanuel Almeida.
Variedades
Abelha Apis mellifera: o mel é consistente e possui 80% de açúcares. As africanizadas são transportadas para áreas específicas durante floradas intensas de uma espécie de planta. O tipo de mel depende da planta visitada pela abelha:
Laranjeira: mel claro, valorizado pelos consumidores brasileiros devido ao aroma e coloração;
Eucalipto: é relativamente escuro, rico em minerais, usado como expectorante;
Cipó-uva: costuma agradar os consumidores por sua coloração e aroma;
Bracatinga: mel não-floral ou melato, produzido a partir de cochonilhas, insetos sugadores que
Secretam um líquido açucarado no tronco da Bracatinga, árvore nativa das regiões mais frias do Sul. Sabor peculiar, escuro e rico em minerais;
Abelha sem ferrão: o mel é mais fluido (possui 70% de açúcares). Essa abelha costuma visitar diversas
Plantas ao mesmo tempo. Por isso, a característica do mel é influenciada pelo tipo de abelha produtora do que pela espécie de planta visitada:
Uruçu: claro e amarelado, levemente ácido, produzido no Nordeste;
Mandaçaia: mel claro, às vezes transparente, não é ácido, com sabor característico do material de
Construção usado nas colônias;
Jataí: claro, levemente ácido, usado na cultura popular por suas propriedades medicinais;
Uruçu- amarela: muito ácido, produzido no Pará, considerado como o melhor mel do Brasil;
Tiúba ou uruçu cinzenta: muito doce, geralmente transparente, produzido no Maranhão e Pará;
Borá: é peculiar, um pouco salgado. Possui aroma que lembra o sabor de queijo, ótimo para temperar saladas;
Jandaira: levemente ácido, usado na cultura nordestina como produto medicinal. Produzido no semiárido do Rio Grande do Norte;
Mandaguari: levemente amargo e mais viscoso. Produzido no Sul e Sudeste.
Fonte: Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental
dsa

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