sábado, 9 de julho de 2016

Piscicultura está suspensa, após duas grandes perdas

Em 2014, a criação de tilápia em tanques-rede no Castanhão se mantinha com boa produção, entretanto, em junho de 2015, sofreu seu primeiro grande impacto, com a perda de 80% da produção
Jaguaribara. Junto com a diminuição do nível do Castanhão e a triste estimativa que ele atinja seu volume morto até o fim do ano, a principal geradora de empregos de Jaguaribara, a piscicultura, vê o seu fim mais próximo. Após duas grandes mortandades no intervalo de um ano, o desemprego já assola a cidade. Sem renda, produtores lamentam dívidas e de futuro incerto.
Em 2014, a criação de tilápia em tanques-rede, no Açude Castanhão, se mantinha com boa produção. Cerca de 500 famílias estavam envolvidas direta e indiretamente, o que totalizava uma média de dois mil empregos. Entretanto, em junho de 2015, a cultura sofreu seu primeiro grande impacto, quando a mortandade atingiu mais de 80% da produção. O fato mobilizou a cidade e o Estado e o governo enviou ajuda de custo, no valor pouco mais de R$ 4 mi. Os recursos vieram na forma de alevinos e ração, o que possibilitou a retomada da atividade.
Porém, com a contínua liberação de água do reservatório, empresários que atuavam na piscicultura foram transferindo suas gaiolas para Estados com melhor oferta de água, como em Pernambuco. "Da mortandade do ano passado quem teve condições foi embora, o que começou a deixar muitas pessoas desempregadas aqui. Quem não tem pra onde ir, tem que segurar a produção aqui mesmo e ver até onde dá pra continuar", contou o piscicultor José Erivando.
No projeto do Curupati Peixe, dos 41 piscicultores, apenas um não voltou à atividade após as perdas de 2015, mas, mesmo assim, a produção voltou timidamente quando piscicultores temiam novas perdas. "Na época boa, tínhamos 700 gaiolas dentro do açude. Com a mortandade de junho, hoje a gente tem umas 300 só, mal estamos conseguindo retirar os custos para criação", lamentou Erivando.
De toda a piscicultura do Curupati, só restam 40%, incerteza e apreensão para os criadores. "Se a piscicultura acabar a gente vai ter que se virar em fazer outra coisa, porque essa era a renda que tínhamos, aqui", lamentou.
Dívidas
Segundo o Prefeito de Jaguaribara, Francini Guedes, além da falta de condições do açude em manter a atividade, os piscicultores estão sofrendo com as dívidas. Sem ter como produzir, não há como pagar. Ainda de acordo com o gestor, está havendo uma conversa com os bancos sobre a situação das dívidas dos piscicultores e disse também que há um projeto no Senado que poderá vir a ajudar os criadores.
Nas duas grandes perdas, os piscicultores tiveram que reunir uma força-tarefa para o trabalho de retirada dos peixes mortos do açude, de modo a evitar que o material entrasse em decomposição e aumentasse os níveis de poluição do reservatório. O processo também gerou transtornos para população do centro da cidade, devido ao mau cheiro. Todos os peixes foram enterrados no aterro sanitário.
Após o episódio, a direção do Complexo do Castanhão, que é da responsabilidade do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), disse que faria estudos para explicar as causas das mortandades

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