quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Maria da Penha é homenageada

Brasília. Considerada um símbolo brasileiro e mundial da luta contra a violência doméstica e familiar contras as mulheres, a biofarmacêutica e ativista cearense Maria da Penha Fernandes foi homenageada ontem no Senado, em sessão solene de comemoração aos dez anos da lei que leva seu nome.
Na oportunidade, também foi lançado o portal do Observatório da Violência contra a Mulher e anunciada uma proposta para indicação do nome dela ao Prêmio Nobel da Paz. A indicação é liderada pelo Governo do Distrito Federal (GDF). A campanha foi levantada no Senado pela senadora Lúcia Vânia (PMDB-GO). "Estou colocando com a proposta do Senado e do GDF a indicação ao Comitê Nobel do Parlamento da Noruega de Maria da Penha ao Prêmio Nobel da Paz", disse a senadora.
A história de Maria da Penha ficou conhecida em todo o País quando virou inspiração para criação da principal lei de proteção às mulheres contra a violência praticada por pais, irmãos e companheiros.
Cultura
Ela foi agredida pelo marido, que tentou assassiná-la duas vezes, e ficou paraplégica na década de 1980. Ele só foi condenado pelos crimes quase 20 anos depois e, embora a pena tenha sido de oito anos de prisão, ele ficou apenas dois anos preso.
Em seu discurso no Senado, Maria da Penha ressaltou a importância da lei, que pela primeira vez levou medidas protetivas às mulheres vítimas de violência, além de aumentar a punição dos agressores, para reverter a mentalidade violenta que conduz a relação entre homens e mulheres no Brasil.
"Para desconstruir essa cultura que faz com que o homem aprenda na sua casa que agredir a mulher é normal. Ele viu seu pai agredindo sua mãe, seu avô agredindo sua avó, o que faz com que a violência seja perpetuada", acrescentou Maria.
Observatório
O portal do Observatório da Violência Contra a Mulher, lançado ontem, terá por objetivo fazer o acompanhamento de dados sobre o assunto. Ele abrigará informações sobre projetos de lei, pesquisas do data Senado e de institutos públicos como Ipea e IBGE, além do mapa da rede de atendimento às vítimas em todo o País.

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