Quixadá. O turismo e a história do centenário açude Cedro, construído neste Município do Sertão Central, distante 170 km de Fortaleza, será discutido no próximo dia 25 em uma ação civil pública movida pelo Instituto de Convivência com o Semiárido, com sede em Quixadá, contra a Prefeitura da cidade e órgãos nacionais e estaduais. O Instituto alega que o local se encontra em estado de abandono. Acordos firmados para colaborar com a preservação de seu patrimônio histórico e cultural não teriam sido cumpridos.
Representantes da União, do Governo do Estado, da Prefeitura de Quixadá, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) devem receber uma notificação da ação movida pelo Instituto. O encontro deve acontecer nos antigos casarões do açude. Uma estrutura será montada para receber as autoridades e os representantes.
Na ação que move, o Instituto alega que, mesmo sendo indicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) ao título de patrimônio da humanidade, o açude estaria sento tomado por posseiros de terra, empresários e moradores que promovem loteamento ilegal do espaço.
"O local vem sendo devastado pela especulação imobiliária e a utilização dos recursos naturais está sendo usurpada pela ação de um grupo que se beneficia do espaço público, que por lei está protegido, mas, materialmente está sendo disponibilizado para posseiros, que exercem a atividade pecuarista, agricultura (monocultura de capim), e extração hídrica e mineral, voltadas ao consumo desequilibrado, numa área que deveria ser preservada e utilizada na sua função pública", descreve o documento, enviado à Comarca de Quixadá.
De acordo com o presidente do Instituto, Osvaldo Andrade, órgãos como o Dnocs e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) firmaram, há 14 anos, um contrato que repassava a responsabilidade da preservação da área à Prefeitura de Quixadá. No entanto, "a atual situação do lugar "demonstra que as regras do acordo não estavam sendo cumpridas".
Agora que a responsabilidade daquele território voltou a ser do Dnocs, os realizadores do evento esperam iniciar um novo período de política assistencialista ao lugar. "Esse é um momento que estamos propondo que a cidade se reúna em seus vários segmentos, para que possamos sentar e discutir porque o Cedro está abandonado. Aquela área é tão cara para o povo e para sua historia, e se encontra em situação de abandono, de descaso", afirmou o presidente.
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