O ano de 2016 chega a seu segundo semestre com boas perspectivas para as pessoas na fila de espera por um órgão ou tecido. Divulgado ontem pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), o balanço parcial de transplantes de órgãos no Ceará revelou que, entre janeiro e agosto deste ano, o número de procedimentos realizados ultrapassou o registrado no mesmo período de 2015. Enquanto, no ano passado, foram 915 procedimentos nos oito primeiros meses, em 2016, este total subiu para 1.047.
Os bons resultados coincidem com o início da campanha "Setembro Verde" no Estado, que incentiva a doação de órgãos. Ontem, para celebrar o começo da mobilização, o Instituto Dr. José Frota (IJF), hospital da Capital responsável por captar 70% dos órgãos transplantados no Ceará, recebeu uma iluminação especial na cor verde.
De acordo com a Sesa, em 2016, o Ceará somou, até o momento, 168 transplantes de rim, 23 de coração, 128 de fígado, três de pâncreas, 55 de medula óssea (38 autólogos e 17 alogênicos), 663 de córnea e sete de esclera.
A marca, segundo a Sesa, foi resultado do aumento no número de notificações de potenciais doadores e da diminuição dos não doadores. De janeiro a agosto deste ano, a quantidade de notificações subiu 12,7% se comparada à igual período de 2015.
Ao mesmo tempo, o número de recusas familiares caiu de 43% das entrevistas para 38%, fazendo com que a projeção de doadores efetivos saltasse de 19 por milhão da população/ano (pmp/ano) para 24,3.
"Nossa sociedade é extremamente sensível e doadora", afirma Lisiane Paiva, coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do Instituto José Frota. "Acreditamos que a educação é a grande chave para uma mudança de comportamento. Quando ela é educada, a sociedade ajuda", acrescenta.
Lisiane Paiva destaca que em 2016 o Ceará conseguiu alavancar os transplantes de córnea, cuja demanda é uma das maiores no País. Segundo ela, a rapidez na identificação de doadores e no processo de notificação contribuíram muito para que a lista de espera no Estado caísse de 500 no início do ano para 375 atualmente.
Uma das metas para os próximos meses, conforme ela, é zerar a fila. "É uma meta que nós do IJF perseguimos há três anos e acreditamos que esse ano vamos conseguir", ressalta. Em paralelo, ela destaca que as equipes trabalham para reduzir ainda mais o percentual de negativas familiares. "Pedimos à sociedade que não tenha medo de falar da morte e que se coloque a favor da doação", acrescenta a gestora.
Conscientização
O Diário do Nordeste apoia a doação de órgãos por meio da mobilização "Doe de Coração", promovida anualmente pela Fundação Edson Queiroz desde 2003. A campanha tem atuado na disseminação de informações e na conscientização da sociedade sobre a importância de se tornar doador de órgãos e, dessa forma, salvar vidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário