O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), desembargador Abelardo Benevides, avaliou positivamente o primeiro turno das eleições nos 184 municípios cearenses. Ele reconheceu que o processo eleitoral precisa de "correções", mas apontou razões que justificam melhoria neste pleito em relação a eleições passadas.
"Nós já podemos fazer um balanço positivo em todos os sentidos: no processo eleitoral em si, a questão de segurança e das ocorrências técnicas, porque tudo se deu dentro de limites históricos. Aliás, nessa eleição, o número de ocorrências criminais e de alguns outros aspectos negativos como o número de substituição de urnas foi menor do que nas eleições anteriores", citou.
Até às 18h de ontem, segundo o Tribunal, as 123 Zonas Eleitorais do Estado haviam comunicado a substituição de 281 urnas, sendo 131 na Capital e 150 no Interior. Já ocorrências criminais no mesmo período foram 60 no Ceará: 26 de prática de "boca de urna", 13 de compra de votos, 11 de propaganda irregular, quatro por transporte irregular de eleitores, três por problemas com vestuário eleitoral fora da padronização permitida e três casos não detalhados. O primeiro município a encerrar a apuração foi Ererê, onde Toinho de Luizão (PP) foi eleito com 52,64% dos votos.
Comparação
Segundo Benevides, o processo eleitoral deste ano, de modo geral, foi melhor do que o registrado em pleitos anteriores. "Não que seja perfeito, precisa de muitas correções ainda, mas melhorou com uma campanha menor, com menos gastos. A ausência do financiamento de empresas também concorreu para esse aspecto", analisou. "Foi uma coisa mais direta entre o candidato e o eleitor, com dispêndio menor de recursos", acrescentou.
Para o desembargador, o fato que causou maior surpresa à Justiça Eleitoral no Ceará foi o baixo registro de ocorrências na Capital, que tem quase 1,7 milhões de eleitores. "De um modo geral, a eleição se deu aqui com muita tranquilidade", afirmou.
Embora tenha destacado o trabalho do Tribunal nos dez maiores colégios cearenses, Benevides citou Icó como um dos municípios em que o órgão precisou atuar mais firmemente para conter abusos eleitorais. "Icó, alguns dias antes da eleição, deu muito trabalho à Justiça Eleitoral, aos órgãos de segurança. Nós pedimos reforço à Superintendência da Polícia Federal e à Polícia Militar". Ele também relatou surpresa com o número relativamente alto de intervenções por crimes eleitorais da Polícia Federal em municípios como Barreira e Viçosa do Ceará, que têm menos de 40 mil eleitores.
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