sexta-feira, 4 de novembro de 2016

600 mil romeiros passaram por Juazeiro


Segundo o padre Cícero José da Silva, atual vigário da Paróquia da Basílica Santuário, o altar-mor do Padre Cícero, na Capela do Socorro, é um dos túmulos mais visitados em todo o Brasil ( Foto: André Costa )
Juazeiro do Norte. Mais de meio milhão de pessoas nas ruas, comércio aquecido e muita devoção voltada à figura do patriarca deste município, o Padre Cícero Romão Batista. Pode-se resumir desta forma a Romaria de Finados, iniciada na última sexta-feira (28), e encerrada ontem, data em que os cristãos católicos homenageiam seus entes queridos já falecidos.
O encerramento da Romaria, que neste ano trouxe o tema "No caminho do romeiro, Juazeiro é Porta da Misericórdia" foi marcado pela despedida dos romeiros, na Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores, no centro da cidade. Antes, porém, cerca de 100 mil católicos visitaram o túmulo do "Padim Ciço", na capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Segundo o padre Cícero José da Silva, atual vigário da Paróquia da Basílica Santuário, a vista ao sepulcro do religioso, considerado Santo pelo povo Nordestino, é "um dos momentos mais aguardados durante os cinco dias de romaria".
Segundo ele, o altar-mor do Padre Cícero, na Capela do Socorro, é um dos túmulos mais visitados em todo o Brasil. A grande devoção dos romeiros, representada em números nesta romaria, pode ser explicada, conforme padre Cícero José, como um ato de que "a vida não acaba com a morte". "Também por isso ela é conhecida como 'da Esperança'. A morte não é tida como um fim para os cristãos", explicou. Além da visita ao túmulo, os romeiros peregrinaram por outros pontos religiosos importantes da cidade, como a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, o Santuário de São Francisco, a Casa-Museu do Padre Cícero e o Horto, e também puderam participar da celebração de 24 missas.
Operação
Apesar do expressivo número de romeiros que visitaram a cidade durante a Romaria, há quem afirme que a quantidade poderia ser ainda maior. O motorista Saulo Oliveira Mendes Filho transporta, há 16 anos, fiéis de Pernambuco à Juazeiro do Norte. Para ele, após a proibição do uso de caminhões conhecidos como pau-de-arara, "muitos não tiveram mais condições de vir".
"Antigamente saía um monte de pau-de-arara de Caruaru, tudo lotado de romeiro. Hoje só vem quem tem condição de pagar um ônibus", crítica, ao avaliar que o "transporte não é tão perigoso quanto falam". As autoridades, porém, discordam de Oliveira e, desde o ano passado, fazem uma rigorosa fiscalização nas estradas, sobretudo nos períodos de romaria.
Neste ano, a "Operação Romarias 2016" teve início ainda na semana passada. O objetivo, conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), é combater o transporte irregular de passageiros em veículos de carga, para evitar acidentes e garantir a segurança dos deslocamentos em rodovias federais. As estatísticas recentes corroboram tal preocupação. Nos últimos anos, têm sido frequente acidentes com vítimas fatais envolvendo paus-de-arara. Em janeiro de 2015, quatro romeiros morreram e cinco ficaram feridos após colisão entre dois caminhões deste tipo. O grupo voltava da Romaria de Padre Cícero para Pernambuco.
Comércio
Com tantos romeiros na cidade, há um incremento na economia. Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Juazeiro do Norte, Michel Araújo, a média de consumo de cada romeiro é de R$ 100 a R$ 150 por dia. Os setores de serviço, hotelaria, restaurantes, bares foram os mais beneficiados, segundo ele. "Com o setor aquecido, a moeda gira e beneficia quase todos", disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário