Pelo sexto mês consecutivo, o Índice de Expansão do Comércio (IEC) – pesquisa realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) – registrou elevação no comparativo mensal e, em outubro, atingiu 82,8 pontos, alta de 5,2% em relação a setembro. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando o indicador apontou 66,8 pontos, houve crescimento de 24%. Apesar da recuperação do otimismo, o indicador ainda se mantém há 21 meses abaixo dos 100 pontos, o que sinaliza pouca disposição dos empresários para expandir seus negócios.
Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, ao longo dos últimos seis meses o grau de incertezas foi sendo reduzido, culminando com a efetivação do novo governo, que abandonou as alternativas fantasiosas e pouco ortodoxas de se fazer política econômica. Por conta disso, empresários, analistas e investidores nacionais e estrangeiros estão lentamente voltando a colocar o Brasil entre suas opções de escolha.
O crescimento do IEC em outubro foi motivado pela melhora nas Expectativas para Contratação de Funcionários (um dos indicadores que compõe o índice) que registrou alta de 9% na comparação com setembro e atingiu 105,9 pontos – único subitem acima dos 100 pontos. No contraponto anual, o subíndice registrou crescimento ainda mais expressivo de 40,9% em relação a outubro de 2015.
O Nível de Investimento das Empresas (outro subitem da pesquisa, que sinaliza se o empresário está ou não disposto a investir em novas instalações ou equipamentos) teve queda de 1% em relação a setembro, ao passar de 60,3 para 59,7 pontos. Na comparação anual, porém, foi registrada alta de 2,3%.
Para a Entidade, em outubro, novamente a elevação do indicador de expansão se deveu ao aumento da perspectiva de contratação e não efetivamente da expectativa de investir mais nos próximos meses. Esse padrão vem confirmando a hipótese da FecomercioSP de que, antes de retomar projetos de ampliação e modernização das empresas, os empresários vão aguardar um pouco mais, para se certificarem da efetiva retomada da atividade econômica. Enquanto isso, podem ampliar as vendas e avançar nos negócios apenas contratando um pouco mais.
Na média dos últimos meses a perspectiva de contratar cresceu muito mais do que a de investir. Segundo a Federação, isso decorre, porque em termos de capital físico as empresas do varejo ainda não pensam em expansão, por outro lado, os dados mais recentes do Caged sobre emprego mostram que no varejo, em julho e agosto houve contratações líquidas após um longo período de demissões no setor. O movimento ainda é tímido, mas as perspectivas já são muito melhores para o emprego do que eram no mesmo período do ano passado.
Novas perspectivas vão se apresentando e as novas diretrizes da economia parecem caminhar para serem implementadas. De qualquer maneira não há como uma eventual recuperação modesta reverter todo o quadro de deterioração econômica ainda presente. A Entidade mantém sua preocupação com o ano de 2016, mas agora com um sopro de otimismo cada vez maior para 2017. O Natal cada vez mais parece que será a data a simbolizar essa virada, com resultado positivo depois de muito tempo. Esse fenômeno deve também influenciar as contratações temporárias, e respaldar o desempenho do indicador de expansão.
Nota metodológica
O Índice de Expansão do Comércio da região metropolitana de São Paulo é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas.
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