O governador Camilo Santana (PT) e os ex-governadores Ciro e Cid Gomes, ambos do PDT, deram sequência, ontem, à série de contatos com deputados estaduais da base aliada, comunicando a decisão de fechamento de questão em apoio à candidatura do deputado José Albuquerque à reeleição como presidente da Assembleia Legislativa.
Na segunda-feira à noite, no encontro com o deputado Sérgio Aguiar (PDT) e deputados estaduais do PMB e PSD, o conselheiro Domingos Filho, do Tribunal de Contas dos Municípios, informou sobre a conversa que teve, em sua residência, no horário do almoço de segunda-feira, com o ex-ministro Ciro Gomes, sobre a decisão de Camilo e um pedido para que retirasse o apoio à candidatura de Sérgio Aguiar, conforme relatou, ontem, o Diário do Nordeste. Segundo aliados de Domingos, ele teria dito a Ciro que não "capitularia" e que só Chico Aguiar, também conselheiro do TCM, pai de Sérgio e este, decidiriam continuar ou não com a postulação. O deputado Osmar Baquit (PSD), no mesmo encontro, falou de sua conversa com Ciro Gomes, no apartamento deste, na tarde de segunda-feira, no mesmo tom.
Ontem, Osmar e outros parlamentares foram chamados a conversar com o governador Camilo Santana sobre o assunto. Cid Gomes ficou de tratar da questão com o conselheiro Chico Aguiar e outros parlamentares.
Secreta
A eleição para presidente da Assembleia Legislativa, com mandato de dois anos, a última metade da atual legislatura, acontece amanhã. As duas chapas deverão ser apresentadas logo no início da sessão, no fim da manhã.
A votação é secreta e será o primeiro grande embate pelo cargo, pouco mais de três décadas após a última disputa. Na oportunidade, um dos concorrentes, Murilo Aguiar, faleceu vítima de parada cardíaca, após o resultado. Murilo era avô de Sérgio Aguiar, postulante de hoje.
Ontem, dentro e fora do plenário, o tema central era a disputa pela Presidência. Os dois candidatos tiveram várias reuniões de consolidação dos apoios e formalização da chapa. Na manhã de segunda, em reunião com 19 parlamentares, o governador Camilo Santana fechou questão quanto ao nome de Albuquerque, que apresentava relação de apoio com 34 deputados.
De acordo com Sérgio Aguiar, a divisão de representatividade para a chapa que irá apoiá-lo está em curso desde que os apoios foram firmados. Nas contas do parlamentar, ele tem o apoio de 11 deputados do bloco formado por PMB, PSD, PRP, PCdoB e PEN, outros seis do PMDB e cinco do grupo formado por PR, PSDB, PSDC e SD. Este último bloco é composto por Ely Aguiar, Capitão Wagner, Fernanda Pessoa, Aderlânia Noronha e Carlos Matos.
Alguns parlamentares do bloco presentes à Assembleia, ontem, disseram que ainda estavam indecisos, podendo definirem-se somente à noite. No entanto, alguns declararam que a tendência seria de apoio a Aguiar. Segundo eles, há algumas semanas houve a assinatura de uma lista em apoio a Albuquerque, porém, naquele momento havia possibilidade de consenso no nome do atual presidente, o que não ocorre mais.
Decidiu
Além do próprio voto, Aguiar está contando ainda com o apoio de Lucilvio Girão, do PP, e acredita poder ter ao seu lado, pelo menos, outros dois nomes do PDT. O deputado Walter Cavalcante, que também é do PP, ainda não decidiu, e não assinou a lista de apoio a Zezinho. Ele, porém, foi um dos que participaram da reunião com Camilo.
Aguiar acredita ter, pelo menos, 24 votos. No entanto, durante todo o dia de ontem, o governador recebeu parlamentares da base para tratar do assunto, assim como o fez Zezinho Albuquerque. "Vamos fazer a divisão da representatividade dentro da proporcionalidade com esses três blocos para fazer a montagem da chapa, que deve ser nesta quarta-feira", disse Aguiar.
Zezinho Albuquerque conta com o próprio voto e espera contar com o apoio de toda a bancada pedetista, com exceção de Aguiar. Além disso, terá o apoio da maior parte dos deputados do PP, além dos votos do PT, DEM, PSB e PHS. No caso do PRB, ainda há dúvida sobre apoio ou não dado a ele por David Durand, único representante da sigla na Casa.
Só deve haver alteração dos votantes com o retorno de Odilon Aguiar (PSD) e Leonardo Araújo (PMDB). O primeiro já protocolou na Casa o pedido de retorno, e o segundo foi beneficiado com a renúncia de Carlomano Marques (PMDB).
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